Os Recintos Especiais para Despacho Aduaneiro
de Exportação (Redex) do Porto de Santos terão 180 dias para se adequar
às novas normas publicadas pela Alfândega do complexo santista na última
sexta-feira. Agora, essas instalações deverão instalar câmeras de
monitoramento capazes de capturar imagens das operações de estufagem
(carregamento) de contêineres.
Além disso, o trânsito até os locais de embarque das mercadorias também precisará ser monitorado.
Redex
são instalações alfandegadas voltadas à exportação. Nelas, são feitos
serviços de estufagem de contêineres e a entrega das caixas metálicas
aos terminais portuários.
De
acordo com a Portaria nº 48 da Alfândega, toda unitização de contêiner
com carga destinada à exportação deverá ser monitorada por câmeras com
alta definição de imagem. Os equipamentos devem ser posicionados à
frente da porta da caixa metálica, de modo a registrar toda a operação,
até o fechamento dos cofres e a colocação dos lacres.
As
imagens também devem conter o número da unidade de carga, assim como a
data e a hora da operação. Caso seja necessário realizar, por qualquer
motivo, uma nova abertura do contêiner após a lacração, esta operação
também deverá ser registrada pelo sistema de monitoramento, com as
mesmas exigências.
As
imagens devem ficar à disposição da fiscalização pelo prazo mínimo de 30
dias. De acordo com o inspetor-chefe da Alfândega do Porto de Santos,
Cleiton Alves dos Santos João Simões, esses dados poderão ser
solicitados em diversos casos.
“Sempre
que a fiscalização tiver alguma dúvida, que pode ser em caso de
denúncia, suspeita ou análise de risco, nós vamos solicitar essas
imagens e elas deverão ser apresentadas”, explicou.
Após
o processo de estufagem dos contêineres, todo o trajeto até o terminal
de embarque também deverá ser monitorado eletronicamente. Os
equipamentos de rastreamento instalados nos veículos deverão
identificar, sempre que requisitado pela fiscalização, a rota adotada no
percurso entre o recinto e o operador portuário.
Uma
alternativa apresentada na portaria é a utilização de um lacre
eletrônico que garanta a inviolabilidade da carga do recinto de origem
ao destino. Além disso, o transporte das mercadorias poderá ser feito
por veículo próprio ou de terceiros, desde que haja equipamentos para o
rastreio das caixas metálicas.
“A
responsabilidade pelo transporte é do recinto que desembaraçou a carga.
A partir desse momento, ele assume essa responsabilidade até o recinto
do embarque. Antes, não havia essa definição de maneira clara e agora
há”, explicou o inspetor da Alfândega.
Segundo
o executivo, os recintos que não cumprirem as exigências da portaria
poderão ser penalizados. As punições podem ser advertências, multas ou
até a cassação do alfandegamento. “Não pretendemos prorrogar o prazo
para adequação”.
Procurado,
o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e
das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC), Martin Aron,
informou que algumas empresas apresentaram questionamentos com relação à
nova norma. Elas seriam relacionadas às exigências de monitoramento de
cargas.
Por isso, ele
pretende marcar uma audiência com o inspetor-chefe da Alfândega do Porto
de Santos nos próximos dias. “A ideia é esclarecer alguns pontos para
evitar prejuízos para os Redex. Tudo com o intuito de contribuir”, disse
Aron.
Para
o presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos
Alfandegados (Abtra), Bayard Umbuzeiro Filho, a medida denota a presteza
do órgão no controle da movimentação de cargas de exportação e vai
aprimorar o combate ao contrabando internacional de mercadorias
ilícitas.
“A medida poderá
ampliar essa fiscalização, incluindo a facilitação da atuação da própria
Polícia Federal no monitoramento integrado através de câmeras para
captação de imagens já utilizadas pela Aduana”, destacou.
A
Abtra ainda reitera o compromisso em contribuir com os terminais Redex
no atendimento às exigências discriminadas na portaria, considerando a
parceria da entidade com a Alfândega de Santos na gestão da Janela Única
Portuária (JUP).
“Esse
sistema tecnológico comunitário permite o acompanhamento de todas as
etapas e movimentações das cargas de importação e de exportação no
complexo portuário santista”, disse Bayard, em nota.
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