A Prefeitura de Guarujá (SP) multou em pouco mais de
R$ 27 mil o Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá (Teag), que
fica na Margem Esquerda do Porto de Santos. A sanção foi aplicada em
função dos impactos à comunidade pesqueira causados pelo derramamento de
carga durante uma operação portuária, no início da semana.
A
administração municipal também acionou o Ministério Público Federal
(MPF) e o Ministério Público Estadual (MPE), além da Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo (Cetesb), sobre o problema. Até agora, não foi
registrada mortandade de peixes, que é o maior indicativo de danos
ambientais em acidentes desta natureza.
O
incidente ocorreu durante o carregamento do navio Naess Endurance, que
estava atracado no terminal. Por conta de uma falha em uma das esteiras
da instalação, parte da carga de açúcar foi lançada no estuário. Não foi
possível estimar o volume descartado da mercadoria.
De
acordo com o secretário de Meio Ambiente da cidade, Sidnei Aranha,
foram realizados dois dias de inspeção no local após o incidente.
“Chegamos no dia seguinte, até porque não notificaram os organismos de
proteção ao meio ambiente. Por isso, trabalhamos com rastros, mas não
constatamos mortandade de peixes”.
Mesmo
assim, segundo Aranha, o derramamento do açúcar alterou as
características da água, o que pode ter causado a fuga de peixes e,
consequentemente, prejuízos à comunidade pesqueira do entorno. “Embora o
peixe não tenha morrido, ele fugiu da área porque a água perde sua
característica e fermenta de certa forma”, disse.
Segundo
o secretário de Meio Ambiente, a empresa respondeu aos questionamentos
do município e relatou dois problemas envolvendo seu sistema de
carregamento de embarcações. Aranha disse que houve uma paralisação no
equipamento e, em seguida, um superdimensionamento de cargas nas
esteiras transportadoras.
O
secretário considera que o problema poderia ter sido maior, caso a
empresa não tivesse colocado em prática seu plano de contenção. Mesmo
assim, a questão foi levada ao MPE e ao MPF para uma investigação mais
apurada.
Aranha considerou a
punição mediana. “Não foi um pequeno evento porque é possível
visualizar uma quantidade razoável de açúcar caindo, mas não foi uma
catástrofe como a da Ultracargo e a da Localfrio”, se referindo aos
incêndios envolvendo produtos químicos no Porto, ocorridos em 2015 e
2016, respectivamente, e que causaram danos ambientais.
Em
nota, o Teag informou que uma sobrecarga pontual no sistema de embarque
causou a queda de parte do produto no píer do terminal. Segundo a
empresa, imediatamente após a detecção da falha, o embarque foi
paralisado para análise e recolhimento do produto. “Posteriormente
à apreciação interna e a ações para correção do sistema, os órgãos
competentes foram devidamente comunicados e o Teag tem prestado todos os
esclarecimentos solicitados”, informou o terminal.
Procurada,
a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade
Portuária) informou que abriu investigação sobre o incidente, enviou uma
equipe ao local na terça-feira e pediu providências à empresa. No dia
seguinte, o Teag apresentou sua resposta, que está sendo analisada pela
Codesp. Caso seja
constatada alguma infração, a Docas repassará os dados à Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a quem cabe aplicar sanções
aos terminais. Já a Cetesb informou que ainda analisa o relatório enviado pela empresa. Por isso, não se posicionou sobre o incidente.
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