O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta quarta-feira (10) que o
Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) vai
registrar crescimento nos primeiros três meses de 2017. “Temos que
aguardar os números oficiais para confirmar, mas essa é a tendência com
os números que estão disponíveis”, disse em entrevista antes de
participar da Rio Money Fair - A Feira do Dinheiro, no Centro de
Convenções da Bolsa do Rio, no centro da capital fluminense.
Segundo
Oliveira, os indicadores de serviços e comércio de março ainda não
estão fechados, mas devem ser positivos. Ele disse que o mercado estima
um crescimento de 0,9% do PIB no primeiro trimestre do ano, após oito
períodos consecutivos de taxas negativas.
A melhora da situação
econômica, na avaliação do ministro, é resultado das medidas adotadas
pelo governo de Michel Temer em uma agenda de reestruturação da política
econômica, de aumento da credibilidade da política fiscal com
transparência, e de reformas como a do limite do gasto público. Ele diz
que o país já demonstra aspectos de mudança no ambiente econômico.
“Percebo
isso em várias camadas. No meio do empresariado, no meio da população,
dos consumidores, das famílias. As pessoas me parece que estão
percebendo que essa mudança já começou. A gente vê que a pesquisa de
consumo veio positiva, quer dizer que as famílias estão voltando a ter
um ritmo normal de consumo. Acho que há uma percepção da sociedade de
que a situação está melhorando”, disse.
Oliveira
disse que, em um futuro breve, vários indicadores vão melhorar em
diversos aspectos, com exceção do mercado de trabalho, que segundo ele,
demora mais a reagir dentro de um processo de recuperação.
“Ele
[mercado de trabalho] é o que demora mais a entrar em crise e também o
que demora mais a sair da crise, por características do mercado de
trabalho, em particular, por dificuldades, de restrições do mercado de
trabalho característico da maioria dos países, mas que no Brasil é
elevado à potência forte”, disse.
O ministro disse que para a
recuperação do emprego é importante a aprovação da reforma trabalhista,
porque reduz os custos no mercado de trabalho e, com isso, incentiva que
as empresas contratem mais. “Hoje o custo do trabalhador é custo dos
salários, dos impostos, dos litígios, das decisões judiciais. São vários
elementos de custos para a empresa. Com a reforma trabalhista,
reduzem-se os custos indiretos, então, a empresa sabe que pode voltar a
contratar mais rapidamente”.
Para
a recuperação da economia, o ministro também destacou a necessidade da
aprovação da reforma da Previdência que, para ele, é o grande divisor de
águas. Oliveira disse que o governo deseja que a reforma previdenciária
seja aprovada ainda no primeiro semestre pelo Congresso, mas ponderou
que não existe um deadline para que seja um sucesso do ponto de vista
fiscal.
“O tempo é de amadurecimento da proposta no Congresso.
Quando nós estivermos com a proposta amadurecida e esclarecida
adequadamente, ela será votada e, a nosso ver, aprovada. Temos o desejo
que seja ainda este semestre”, disse.
Para o ministro, o
relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA), aprovado na Comissão
Especial da Reforma da Previdência, atendeu as principais e mais
justificadas demandas do ponto de vista da sociedade e do Congresso.
“Não é uma questão de concessões. É uma questão de votação, então, isso
vai à votação no Congresso e nós estamos muito otimistas”.
Caso a
reforma não seja aprovada, o ministro disse que os sinais de
recuperação da economia podem desaparecer. “Se nós não tivermos a
aprovação da reforma da Previdência teremos claramente a reversão deste
cenário. Não devemos economizar as palavras neste aspecto. Muitos países
perderam o caminho da história ao longo do tempo. Se perderam no
caminho e nunca mais se encontraram. O Brasil está tendo a oportunidade
ímpar de fazer as reformas enquanto ainda tem controle sobre a
situação”, disse.
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