O secretário nacional de Portos, Luiz Otávio
Campos, foi citado em delações premiadas de
executivos do Grupo JBS. Ele apareceu nas declarações do ex-diretor de
Relações Institucionais da J&F, dona da JBS, Ricardo Saud, que o
apresenta como o “rapaz que pega o dinheiro do Jader”, referindo-se ao
senador Jader Barbalho (foto), do PMDB do Pará.
Luiz
Otávio Campos está à frente da Secretaria Nacional de Portos desde o
mês passado. Antes, no setor portuário, ele ocupou cargos de assessor
especial na extinta Secretaria de Portos (SEP) e no Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC).
O
executivo também atuou como presidente do Conselho de Administração
(Consad) da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal
que administra o Porto de Santos, e chegou a ser indicado para a
diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no ano
passado, mas seu nome não foi aprovado.
A
configuração atual da Secretaria Nacional de Portos, que é vinculada ao
MTPAC, foi definida no ano passado, após a saída da ex-presidente Dilma
Rousseff (PT) do poder. A partir daí, o governo do presidente Michel
Temer (PMDB) passou a ter como meta o corte de gastos e extinguiu a SEP,
que tinha status de ministério e estrutura própria.
Segundo
Saud, a recriação da Secretaria ocorreu para dar “guarida pro rapaz que
pega o dinheiro do Jader, que é o Luiz Otávio”. Ex-senador pelo PMDB,
Campos tem ligações estreitas com a família Barbalho. Considerado braço
direito do senador, o executivo chegou a ser assessor de Helder Barbalho
(filho de Jader) quando este foi titular da SEP e do Ministério da
Integração Nacional.
No
início do ano, Campos foi alvo da Operação Leviatã, fase da Lava Jato
que apura desvios e pagamento de propina nas obras da Hidrelétrica de
Belo Monte.
Procurados, o
chefe da Secretaria Nacional de Portos e o Ministério dos Transportes,
Portos e Aviação Civil não responderam aos questionamentos da Reportagem
até o fechamento desta edição.
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