O presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton
Lourenço, disse que se manter competitivo significa estar preparado para receber supercargueiros de contêineres e aumentar os números de sua movimentação. "E isso dependerá de maiores facilidades de fluxo para o transporte por rodovia, ferrovia, hidrovia e cabotagem", explicou.
Ao examinar a situação do complexo portuário santista, o mais movimentado do Brasil, o executivo lembrou que não há muito espaço para crescer, exceto se for
em direção ao mar com a construção de plataformas offshore. "O porto de Santos, para continuar competitivo e garantir a posição de principal
hub port do país e da América Latina, “precisa continuar investindo não
só na aquisição de equipamentos modernos como na ampliação e
aperfeiçoamento de sua infraestrutura logística, interna e
externamente”, afirmou.
Para ele, é claro que o complexo necessita
de novo acesso à margem direita, na entrada da cidade, que hoje
apresenta infraestrutura viária deficiente e arcaica. Citou como exemplo o incêndio há um ano nos tanques do terminal da
Ultracargo. “Como se sabe, com o incêndio, o acesso de caminhões à
entrada da cidade e ao local ficou bloqueado por vários dias,
ocasionando sensíveis prejuízos às empresas que atuam no porto”,
destacou.
O presidente da Fiorde também considerou que seria fundamental
que a União concordasse com a ocupação da área continental do município,
especialmente com a transferência para a outra margem dos terminais que
operam granéis sólidos de origem vegetal no Corredor de Exportação, na
Ponta da Praia.
No município vizinho de Guarujá, Lourenço ressalvou o favorecimento
com a construção da primeira etapa da Avenida Perimetral, que aguarda a
complementação da segunda fase que ligará o porto diretamente à rodovia
Domenico Rangoni e ao complexo Anchieta-Imigrantes, além da construção
de um pátio regulador de veículos pesados.
Já Cubatão, explicou
ele, espera da SEP (Secretaria Especial de Portos) a aprovação do
projeto do Calp (Centro de Apoio Logístico e Portuário), “que será
fundamental para o reordenamento de cargas”. Lourenço disse ainda
que a prefeitura local reivindica também a construção de uma via
expressa que una as duas margens do complexo.
A
chamada Via Arterial Porto-Indústria impedirá que o trânsito interno no
município seja afetado pelo tráfego em direção ao porto, segundo ele,
especialmente em épocas de intensa movimentação de cargas. “Se todas
essas obras saíssem logo dos computadores, com certeza, o futuro do
Porto de Santos seria mais promissor”, concluiu.
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