quinta-feira, 12 de maio de 2016

Dilma é afastada e futuro ministro de Temer para os Transportes, Portos e Aviação deve buscar investimentos para a infraestrutura

         O Senado aprovou por 55 votos a favor, 22 contra, o pedido de investigação da presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade fiscal encaminhado pela Câmara Federal. A sessão encerrou às 6h30 min dessa manhã. A derrota do governo foi ainda mais significativa porque o quórum de mais de dois terços seria suficiente para o afastamento definitivo da petista no final do processo.
        Dilma será comunicada ainda hoje do seu afastamento pelo 1º secretário da Mesa Diretora do Senado, Vicentinho Alves (PR/TO) e a posse do vice, Michel Temer, deve acontecer na tarde dessa quinta-feira. A presidente deverá permanecer residindo no Palácio da Alvorada e terá direito a metade do seu salário, carro oficial, segurança e assessores durante o período de investigação no Senado.
        Temer anunciará nessa tarde o seu ministério, provavelmente enxugado de 32 para 22 ministros. Os nomes de destaque serão Henrique Meirelles (Fazenda), Romero Jucá (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores) e Blairo Maggi (Agricultura). O deputado federal do PR/AL, Maurício Quintella Lessa assumirá uma pasta vitaminada unificando Transportes, Portos e Aviação Civil.
         O deputado federal Marcos Pereira, do PRB/RJ, Marcos Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal deverá ser o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Mas o seu nome encontra resistências entre os líderes do bloco de apoio ao novo governo. Já a indicação do economista Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central foi bem recebida pelo mercado.
         Os principais desafios imediatos de Temer serão combater o déficit fiscal, austeridade nas contas públicas e respeito nas metas de inflação, convencer o Congresso a aprovar aumento nos impostos e implementar as reformas administrativa e fiscal. O presidente reafirmou que manterá os programas sociais como o Bolsa Família e o Fies, que financia estudantes universitários
         A desejada (pelo ministro Meirelles) mudança na previdência dificilmente será incluída no "pacote". A argumentação do bloco aliado do novo governo é de que não é o momento de se falar em medidas impopulares, sobretudo porque mexer no sistema previdenciário em ano eleitoral (em outubro ocorrem eleições municipais) provocaria enorme desgaste e não contaria com o apoio de parlamentares, preocupados com suas bases eleitorais.
         Caso seja confirmado no cargo, Maurício Quintella começa a enfrentar o desafio de transformar em realidade as promessas anunciadas pela presidência afastada por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de investimentos em infraestrutura, que até agora não se concretizaram efetivamente. O ministro deverá estimular projetos que melhorem a cadeia logística nacional, com a construção e aperfeiçoamento de estradas, portos e outras benfeitorias, buscando uma aproximação maior com a iniciativa privada.

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