A revista britânica The Economist avalia que Michel Temer tem
ideias melhores que Dilma Rousseff para a economia. Isso, porém, não
quer dizer que o peemedebista será bem sucedido na Presidência da
República. Para a publicação, "as coisas podem facilmente dar errado"
para o novo ocupante do Palácio do Planalto.
Na edição impressa que começa a ser distribuída nesta sexta-feira, a
Economist publica uma reportagem sobre o presidente em exercício
brasileiro e destaca positivamente a pauta econômica sugerida pelo PMDB.
Ainda que reclame pela falta de detalhes, a revista diz que o documento
"Ponte para o Futuro" "defende uma série de medidas sensatas da
privatização e livre comércio até as reformas do mais que generoso
sistema de previdência pública, das leis trabalhistas esclerosadas e do
sistema tributário bizantino" do Brasil.
"A julgar pelos ministros que o senhor Temer deve anunciar, ele
pretende executar algumas dessas ideias", argumenta a matéria da revista, ao citar nomes
como Henrique Meirelles, Eliseu Padilha e Romero Jucá, além da maior
proximidade com o PSDB.
A revista cita que Temer pode avançar com reformas estruturais,
cortar gastos públicos e, a despeito da recessão, aumentar a confiança,
reduzir a inflação e permitir ao Banco Central começar a reduzir o juro.
Apesar do otimismo, a The Economist alerta que "as coisas podem
facilmente dar errado".
O primeiro problema é a proximidade entre o PMDB
e o escândalo de corrupção na Petrobras. "Seis dos congressistas do
PMDB, incluindo o senhor Jucá, estão sob investigação", lembra a
revista.
O segundo risco relatado pela Economist é que o novo presidente
pode ter dificuldades em avançar com as reformas no Congresso. A revista
cita que parlamentares são relutantes em votar a favor do corte de
gastos e aumento de impostos. Além disso, o presidente em exercício tem
que correr porque a atenção dos parlamentares rapidamente mudará para a
Olimpíada no Rio e as eleições municipais.
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