O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deu indicativos neste
sábado (27) de que pode adiar a elevação de impostos sobre o
consumo em seu país, consequência da fragilidade da dinâmica
inflacionária japonesa, e alertou também para a possibilidade da
economia global passar enfrentar uma nova crise financeira como a de
2008.
Abe participa da reunião do G-7, o grupo das sete nações mais
desenvolvidas do planeta, que acontece no Japão. Após dois dias de
encontros, o grupo emitiu um comunicado nesta sexta-feira que alertou
para a alta dos riscos sobre a economia global, mas evitou se
comprometer com um esforço fiscal coordenado, como gostaria o líder
japonês.
Um tom mais pessimista do G-7 permitiria a Abe conter objeções à
adoção de mais estímulos fiscais no Japão, do qual o adiamento da
elevação do tributo faria parte. O primeiro-ministro vem sofrendo
severas críticas de parte da classe política japonesa, que gostaria de
ver algum esforço para diminuir a enorme dívida do governo, cuja relação
com o Produto Interno Bruto (PIB) está entre as maiores do planeta.
Apesar de não receber o apoio de seus parceiros no G-7, entretanto,
Abe continuou com a retórica. Nesta sexta-feira, ele apontou para a
desaceleração da China e de outras economias emergentes, assim como a
queda dos preços das commodities, como fatores que podem estar indicando
uma crise econômica. "A economia mundial corre o risco de entrar em uma
crise" ao menos que a política certa seja implementada", disse.
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