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Ante esta situação, os líderes do G7 sugeriram o aumento dos investimentos estatais e a aplicação de outros estímulos fiscais "de forma flexível e em função da capacidade e da situação de cada país, com o objetivo de estimular a demanda", segundo explicou o porta-voz das Relações Exteriores do governo japonês, Yasuhisa Kawamura. Ao mesmo tempo, o Grupo dos Sete destacou a necessidade de fazer reformas estruturais e de promover uma maior abertura dos mercados com vistas a melhorar a competitividade, acrescentou o porta-voz em entrevista coletiva.
Este enfoque representa um ponto intermediário entre as posturas de Japão, Estados Unidos e Canadá, partidários de políticas comuns de estímulos fiscais e investimento público, e as de Reino Unido e Alemanha, mais partidários da disciplina orçamentária e das reformas estruturais. A postura comum segue a linha estipulada pelos ministros de Finanças do G7 durante a reunião que realizaram no fim de semana passado em Sendai, e será destrinchada em uma declaração conjunta que os líderes devem adotar amanhã, no segundo e último dia da cúpula.
O texto, que leva o nome provisório de "Iniciativa econômica de Ise-Shima", incluirá pontos concretos como a necessidade de investir em infraestruturas, educação e no setor digital, e sublinhará a importância de impulsionar os acordos de livre-comércio, entre outras medidas, assinalaram fontes diplomáticas. Os líderes do G7 também começaram a tratar hoje os principais desafios em matéria de segurança e de política de exteriores, embora prevejam aprofundar-se nestes temas durante a jornada de sexta-feira.
Nestas primeiras reuniões, os líderes expressaram sua inquietação compartilhada perante a situação da região ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia, o auge do terrorismo e do extremismo violento no Oriente Médio e os desenvolvimentos armamentistas da Coreia do Norte. O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou neste sentido que o regime norte-coreano "continua sendo uma ameaça no médio prazo" e uma "grande preocupação" para a comunidade internacional.
"Não vimos os progressos que gostaríamos ver quanto a esforços para deter o programa nuclear norte-coreano", disse Obama durante um breve pronunciamento à imprensa. Por último, os líderes ressaltaram a necessidade de manter o "Estado de direito" no Mar da China Meridional perante a pujança de Pequim na área, e ressaltaram sua repulsa às ações unilaterais ou pela força que alterem a ordem territorial.
As reuniões continuarão amanhã no exclusivo hotel situado na ilha de Kashiko onde estão alojados os líderes. O encontro terminará à tarde, quando Abe e Obama partem rumo a Hiroshima para a visita que o presidente americano realizará a esta cidade japonesa, onde foi lançada a primeira bomba atômica da história, em 6 de agosto de 1945.
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