A expansão dos terminais marítimos nas ilhas Yangshan de Xangai está em pleno andamento e o governo da cidade comprometeu-se a construir infra-estruturas de classe mundial e a estimular o crescimento como parte do seu mais recente esforço para reforçar a confiança no comércio exterior da cidade, informa o SCMP. Zhang Xiaohong, vice-prefeito de Shanghai, disse na North Bund Summit, uma conferência da indústria naval, que as novas instalações portuárias em construção ganharão destaque internacional e impulsionarão efetivamente o comércio da China com parceiros estrangeiros.
“A construção [de terminais] no lado norte de Xiao Yangshan está em pleno andamento”, revelou ele. "Quando concluída, a hidrovia que liga o rio Yangtze ao oceano poderá ser melhor utilizada para reforçar o status de Xangai como centro marítimo mundial." Zhang estava se referindo ao projeto portuário de 51,3 bilhões de yuans (7 bilhões de dólares) que eventualmente movimentará 11,3 milhões de TEUs, quase um quarto da movimentação total de contêineres de Xangai no ano passado.
O Shanghai International Port Group, operador estatal de terminais da cidade, anunciou em setembro que começaria a construir os novos terminais no mês seguinte. "A indústria naval apoia as empresas manufatureiras e facilita as exportações e importações", destacou Xiong Hao, vice-gerente geral da Shanghai Jump International Shipping. “O governo de Xangai acredita que uma indústria naval forte é uma base sólida para uma futura recuperação comercial e também acredita que o investimento [em infra-estruturas] acabará por compensar”.
Analistas disseram que Zhang também estava abordando as preocupações dos investidores sobre o excesso de capacidade nas instalações de movimentação de contêineres de Xangai, num momento em que as exportações e importações estão em declínio devido ao relacionamento azedo de Pequim com os Estados Unidos. As exportações da China sofreram queda pelo quarto mês consecutivo em agosto, caindo 8,8% em termos anuais, para 284,9 mil milhões de dólares, de acordo com dados alfandegários.
A queda, no entanto, diminuiu em relação à queda de 14,5% em julho e foi melhor do que a previsão do fornecedor de dados financeiros Wind de uma queda de 9,5%. Mas as autoridades locais não se intimidam e continuam confiantes em impulsionar o comércio entre empresas chinesas e estrangeiras. “A natureza cíclica torna difícil para as companhias marítimas obter lucros grandes e sustentáveis”, disse Liu Yue, vice-presidente da Shanghai Shipping Exchange.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para ajudar as companhias marítimas, os construtores navais e os proprietários de carga a evitar riscos para que possam crescer de forma saudável”, assegurou o executivo. Em agosto, a Bolsa de Futuros de Xangai começou a negociar futuros de índices de carga contentorizada compilados pela bolsa de transporte marítimo, criando uma ferramenta de cobertura para companhias marítimas, transitários e proprietários de carga num contexto de negociação lenta e taxas de transporte marítimo instáveis.
Os portos de Xangai movimentaram 47,3 milhões de TEUs em 2022, com o centro comercial e financeiro da China continental mantendo o título de maior porto do mundo pelo 13º ano consecutivo. O Porto de Yangshan está conectado à Zona Franca de Lingang pela Ponte Donghai de 32 quilômetros. No ano passado movimentou 24 milhões de TEUs.
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