terça-feira, 24 de outubro de 2023

Produtos sustentáveis da Amazônia terão selo verde de reconhecimento global

Os produtos e serviços feitos na Amazônia brasileira, que cumprirem critérios socioambientais em toda sua cadeia produtiva, passarão a ter um reconhecimento especial diante do mercado consumidor do Brasil e do mundo.  O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) abriu nesta segunda-feira (23/10) uma consulta pública para receber contribuições a um programa que cria o Selo Amazônia, instrumento de normalização e avaliação da conformidade dos bioprodutos e serviços da região. 

A avaliação de conformidade é um processo sistematizado, estabelecido para conferir grau de confiança de um produto ou serviço. Segue normas e regulamentos técnicos com menor custo para a sociedade. A ideia é que, por um lado, a criação do Selo Amazônia aproveite a força da “marca Amazônia” — potente e geradora de interesse e curiosidade no mundo todo — para valorizar a economia da região, além de ampliar o acesso aos mercados nacional e internacional.

Por outro, apoiar a estruturação de cadeias produtivas locais, gerar renda e inclusão social na região. A iniciativa também deve incentivar o desenvolvimento da bioeconomia e da bioindústria na Amazônia, valorizando os bionegócios e a agregação de valor aos produtos e serviços do bioma, contribuindo para o desenvolvimento regional.

Assim como a iniciativa de criação do Selo Verde, o Selo Amazônia representará um instrumento de informação segura para que os consumidores possam decidir pelos produtos e serviços da região. Para atestar a conformidade dos produtos, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) acreditará organismos de avaliação que utilizarão critérios estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esses organismos ficarão responsáveis pela concessão do selo.

A minuta de decreto levada a consulta pública institui um comitê gestor, órgão deliberativo encarregado de definir os produtos e serviços prioritários para a adoção do selo, propor medidas de aperfeiçoamento, avaliar o desempenho e articular ações de fomento e aporte de recursos para viabilizar a sustentabilidade do programa.

Uma das principais características do Selo é a inclusão social, explica Manuela Amaral, assessora especial do ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e coordenadora do projeto. “A ideia é mostrar a forma como os produtos da região foram desenvolvidos, levando em consideração as questões ambientais e sociais”, afirma.  De acordo com ela, os produtos deverão ser sustentáveis, não provenientes de áreas desmatadas, e devem gerar renda para a comunidade local. “Além disso, tem que se trabalhar a qualidade do produto, com capacitação técnica para que o produtor atenda a todos os critérios”.

O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, disse que “há um enorme potencial de produção da bioeconomia que precisa ser mostrado ao mundo.Temos que valorizar e apresentar esses produtos que são feitos de forma sustentável, valorizando as comunidades tradicionais e os povos da Amazônia”.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário