terça-feira, 31 de outubro de 2023

Capacidade dos navios capsize no Brasil é absorvida pelas exportações de cereais e minério de ferro

Os proprietários de capesizes consideraram 2023 uma decepção. Muitos esperavam que as taxas decolassem no segundo trimestre. Em vez disso, estavam pouco acima dos níveis de equilíbrio. No entanto, setembro revelou-se um ponto de viragem e o custo do fretamento de um navio deste tipo subiu para o seu nível mais elevado em mais de um ano em muitas das principais rotas para navios deste porte, tanto no Atlântico como no Pacífico.

O fenômeno ocorre porque o aumento das exportações num contexto de maior procura chinesa e maior procura de carvão à medida que o inverno se aproxima no hemisfério norte, limitou a oferta global destes navios, relata Argus. Neste contexto e apesar das sanções, a Rússia continua a ser um importante exportador de carvão e a procura de navios capesize nos portos do noroeste da Rússia aumentou desde agosto à medida que os navios panamax (aqueles que normalmente transportam este mineral na região) se deslocavam para o Atlântico Sul para atender às altas exportações de grãos do Brasil.  

Os navios capesize estão sendo cada vez mais atraídos pela demanda brasileira, que os viu transportar exportações recordes de grãos em agosto na rota de longo curso da costa oeste da América do Sul para a China, deixando os afretadores australianos com opções limitadas e aumentando as taxas para níveis recordes. Mas as taxas da Austrália e do Brasil diminuíram ligeiramente desde então.

As exportações brasileiras de minério de ferro em setembro também desaceleraram e diminuíram para 35,7 milhões de toneladas, em comparação com 36,1 milhões de toneladas em setembro de 2022, de acordo com dados preliminares, depois de aumentarem em agosto de 2023 para o nível mais alto desde 2002. No início de outubro, as exportações brasileiras de minério de ferro estavam diminuindo sazonalmente à medida que a estação chuvosa se aproximava e tempestades eram observadas no sul do país.

Mas em comparação com o ano anterior, os volumes permanecem fortes. As exportações estão agora no bom caminho para atingir 26,9 milhões de toneladas em outubro de 2023, acima dos 26,7 milhões de toneladas em outubro de 2022, de acordo com dados preliminares. Essas exportações se tornaram um fator-chave nas taxas de frete da capesize, absorvendo uma série de navios necessários no Brasil e aumentando as taxas, de acordo com o corretor naval Ifchor-Galbraiths.

Os produtores de carvão colombianos também estão aumentando a procura para o segmento capesize, que é subabastecido. A Colômbia deverá exportar entre 60 e 60,5 milhões de toneladas de carvão térmico em 2023, acima das 54,49 milhões de toneladas exportadas no ano passado, segundo o presidente da associação mineira da Colômbia. Uma parcela significativa deste carvão vai para a Ásia-Pacífico, Coreia do Sul e China. No final de setembro, a ST Shipping da Glencore fretou o Jag Anand para um itinerário de Puerto Bolivar à China ou Coreia do Sul por cerca de US$ 37 mil/dia, em comparação com pouco mais de US$ 30 mil/dia em meados de agosto.

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