Empresários do setor da navegação ligados à Abani (Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior) se reuniram nesta semana em Brasília no Ministério das Relações Exteriores para tratar de assuntos referentes à Hidrovia Paraguai-Paraná. Entre eles, a cobrança indevida de pedágio em andamento pelo governo argentino.
Segundo o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), já foi solicitado que a Argentina cesse a cobrança, o que não ocorreu. “Essa cobrança prejudica exportações e reduz a competitividade”, ressaltou. Ele não participou do encontro, mas apoia as ações e tem criticado a cobrança.
Assim como demais integrantes do Comitê Intergovernamental da Hidrovia Paraguai-Paraná, o Brasil avalia que a decisão pela cobrança não pode ser unilateral. “A Argentina precisa cumprir o tratado da hidrovia e o pedágio pode até existir, mas tem que ser avaliado pelos países, não pode ser uma decisão unilateral”, sustenta Verruck.
Em Brasília, a comitiva de empresários, solicitou maior participação do governo brasileiro no acordo intergovernamental da Hidrovia do Paraguai-Paraná, em defesa dos interesses das empresas brasileiras. Na reunião, Adalberto Tokarski, consultor da J&F e ex-diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários ), observou que “a navegação no Rio Paraguai, por si só, tem desafios físicos a serem vencidos”.
“Se os governos criarem mais restrições, inclusive de forma unilateral, o ambiente institucional se deteriora, o custo do transporte aumenta e a competitividade dos produtos brasileiros caem”, afirmou o consultor. Os representantes do Itamaraty manifestaram preocupação com a situação e atualizaram a comitiva quanto às medidas que vêm sendo tomadas pelo governo brasileiro para combater as restrições impostas pelo governo argentino.
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