quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Presidente do Tecon Rio Grande diz que novo calado pode atrair para o terminal gaúcho cargas dos países vizinhos

               A ampliação do calado do Porto de Rio Grande (RS) de 12,8 metros para 15 metros, depois de dois anos de obras de dragagem e investimento do governo federal de R$ 500 milhões, possibilitará a movimentação de navios maiores. Esse nível de profundidade é assegurado na área em que há maior fluxo de cargas, que abrange o Tecon (Terminal de Contêineres), empresa do Grupo Wilson Sons.

          "Na prática, o porto poderá receber embarcações com até 366 metros de comprimento (o limite era de 337 metros). Assim, um navio com soja, por exemplo, poderá ganhar até 8 mil toneladas extras cada vez que for carregado em Rio Grande", explica o diretor-presidente do Tecon, Paulo Bertinetti. Segundo ele, com o novo calado, "o Estado se candidata a receber cargas da Argentina, Uruguai e Paraguai, que hoje nem sequer passam pelo Rio Grande do Sul".  

          "Rio Grande entra no cenário internacional de porto profundo. Não só os grandes navios podem entrar, como também podem transportar mais cargas. A grande oportunidade que temos é a condição de concentrarmos a carga do Cone Sul", avaliou Paulo Bertinetti. 

          O superintendente de Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima, calcula que o movimento de cargas poderá crescer entrte 5% e 10% com a nova estrutura, aproximando-se de 50 milhões de toneladas ao ano. No ano passado, o complexo portuário gaúcho registrou fluxo de 44 milhões de toneladas. Em 2020, até setembro, o movimento alcançou 30,7 milhões de toneladas, leve alta de 0,47% em comparação com o mesmo período de 2019.

          "O calado aumenta a segurança para a navegação e reduz os fretes internacionais, o que influencia no custo da logística", analisa. Estima revela que o próximo passo para potencializar o terminal está na atração de investimentos para os distritos industriais. Ele lembra que dos R$ 3,7 bilhões de recursos já projetados para a cidade, R$ 2,5 bilhões são na área de fertilizantes e R$ 1,2 bilhão no segmento de grãos, por empresas como Yara, CCGL, Josapar, Timar e Unifértil.

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