O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi,
disse hoje (26) que o Brasil precisa ter tecnologias próprias, públicas,
para desenvolver a agropecuária. “Não queremos, não desejamos e não
vamos aceitar ser integrados a multinacionais da agricultura”, afirmou o
ministro na cerimônia de posse dos novos diretores executivos da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nesta
quarta-feira na sede do ministério.
“Claro que não posso barrar
as fusões, não posso barrar o que a iniciativa privada faz. O que
podemos fazer, como governo, é a mesma coisa que eles fazem: pesquisar,
investir, correr atrás”, disse Maggi em discurso. Segundo o ministro, o
papel da Embrapa é desenvolver novas tecnologias que, como tecnologias
públicas, são de baixo custo para o produtor, em comparação com
tecnologias internacionais.
“Eu, como agricultor, como ministro,
não desejo que nenhum agricultor, nem o país, fique subordinado a uma
única tecnologia, ou a meia dúzia de empresas. O Brasil precisa reagir,
precisa fazer o seu papel nessa área”, enfatizou.
Criada em 26 de
abril de 1973 e vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, a Embrapa é uma empresa de inovação tecnológica focada na
geração de conhecimento e tecnologia para a agropecuária brasileira,
reconhecida nacional e internacionalmente.
Em um cenário de crise
econômica, a Embrapa teve neste ano 27% do orçamento de R$ 320 milhões
contingenciados."Não tem como sonhar alto neste momento, com grandes
mudanças na Embrapa, de grandes transformações de campo. Mas, no momento
em que você hiberna, que não tem muita energia a gastar, é tempo de
planejar o futuro também. Eu quero estimular a Embrapa", ressaltou o
ministro.
“É um momento difícil para o país – estamos vivendo um
momento de crise, mas os momentos de crise podem ser momentos de
oportunidade”, afirmou o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes.
Sobre os rumos da agropecuária, Lopes disse que a empresa trabalha há
30 anos em um modelo de agricultura integrada. “Com integração de
lavoura com pecuária, com floresta. É uma agricultura de baixo carbono,
de baixo impacto, baixo custo em termos de recurso natural, que vai
empoderar os nossos produtores para competirem mais, entregarem mais
valor para a sociedade.”
Segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar da
crise, o setor agropecuário teve um avanço de 1% do Produto Interno
Bruto (PI B) no primeiro trimestre deste ano. O PIB do setor cresceu
13,4% na comparação com o último trimestre do ano passado, no melhor
desempenho em termos trimestrais desde 1996.
Em
termos de geração de empregos, a agropecuária teve o melhor saldo
(diferença entre admissões e demissões) entre os setores econômicos, com
36.827 novos postos, conforme os últimos dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged). Além da agricultura, apenas a
administração pública teve saldo positivo, de 704 novos postos. Os
demais setores tiveram mais demissões.
Tomaram posse hoje os
novos diretores executivos de Administração e Finanças, Lúcia Gatto, de
Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Luiz Moretti, e de Transferência de
Tecnologia, Cleber Oliveira Soares.
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