Segundo previsões divulgadas esta semana pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), entidade que abriga empresas exportadoras e importadoras, o mercado vizinho deve absorver metade do crescimento das exportações feitas pela indústria de produtos manufaturados, que tem buscado compensar a fraqueza do mercado doméstico com aumento de vendas ao exterior.
“A maioria ataca os mercados onde a logística é menos cara. O câmbio (devido à valorização do real) trouxe dificuldade, mas o pior é o custo Brasil. Nosso custo não nos permite muitas vezes competir nos Estados Unidos”, comenta o executivo.
Na segunda-feira, a Organização Mundial do Comércio (OMC) criticou em relatório a política comercial do Brasil, que, para o órgão, criou um setor produtivo dependente de subsídios, pouco integrado ao mercado internacional, protegido e incapaz de competir no exterior.
Nos últimos cinco anos, as exportações de manufaturados – entre itens como carros, produtos siderúrgicos, aviões, calçados e açúcar refinado – acumularam queda de 20%. Elas voltaram a crescer no primeiro semestre deste ano, com alta de 10% ante o mesmo período de 2016. Junto com o salto dos produtos primários – sobretudo soja, minério de ferro e petróleo –, a categoria é um dos destaques de um crescimento mais difundido da pauta de exportação brasileira, que permitiu ao País ampliar em 19,3% seus embarques na primeira metade do ano.
A recuperação da economia argentina, que vem de três trimestres seguidos de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB), é apontada como o principal motivo por trás dessa reação. De janeiro a junho, os argentinos aumentaram em 25,2% as importações de produtos manufaturados brasileiros.
A indústria automobilística responde pela maior parte desse avanço. Os argentinos estão comprando não apenas mais carros, mas também mais autopeças do Brasil. Quase 70% das exportações de veículos têm a Argentina como destino, conforme números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
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