A Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos, descartou que a
queima dos gases tóxicos armazenados em instalações do Valongo, em
Santos, aconteça em Guarujá. Nesta quinta-feira (20), termina o prazo
estipulado pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente
(Gaema), do Ministério Público de São Paulo, para que a Autoridade
Portuária apresente uma solução para o problema.
Os
produtos tóxicos foram descobertos em um armazém por técnicos da área
de Meio Ambiente da Codesp há cerca de dois anos. A estimativa é que de
os cilindros estejam no local há 20 anos. Mesmo aparentando bom estado,
pelo tempo que permaneceram esquecidos, eles perderam a garantia de
controle de suas válvulas.
De
acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), sete
cilindros contêm gases explosivos e 108, gases inflamáveis. Por isso, a
maneira mais segura de descartar as mercadorias seria a queima dos
componentes. Entre as cargas, está a fosfina (outra denominação do
hidreto de fósforo), que é altamente tóxica e usada para erradicar
pragas.
O plano da Docas
era queimar o conteúdo dos cilindros na Base Aérea de Santos, no
distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá. O material seria retirado
do Valongo, carregado em uma embarcação e levado até a unidade da
Aeronáutica, que fica às margens do canal de navegação.
No
entanto, a Prefeitura de Guarujá se posicionou contra o transporte dos
cilindros para o município. A alegação é de que a população da cidade
não pode ser exposta a um risco, já que a própria Codesp reconhece o
potencial destrutivo da carga.
Inicialmente,
a Autoridade Portuária informou que, se um dos cilindros apresentar
vazamentos, há a possibilidade de explosões. E como se tratam de gases
tóxicos, o problema ainda poderia ocasionar a evacuação de vários
bairros da cidade.
Depois,
a Docas voltou atrás e disse que a situação não é tão alarmante. A
estatal que administra o Porto afirma que os cilindros estão sendo
monitorados através de câmeras e que há uma empresa contratada para
avaliar as condições da mercadoria perigosa.
O
deputado federal Marcelo Squassoni (PRB) pretende levar o assunto à
próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana
da Baixada Santista (Condesb), onde os nove prefeitos da Região têm
assento.
“Ainda estamos
trabalhando por uma solução definitiva sobre o que fazer com os
cilindros. Não se sabe ao certo os malefícios que essa queima poderia
trazer, então, não tem sentido pôr em risco a população de uma cidade
inteira e suas vizinhas”, destacou o deputado, que considera a hipótese
de descarte do material em alto mar.
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