Autoridades e entidades do Porto de Santos se
reuniram na última sexta-feira para discutir a questão da
dragagem do complexo portuário. Após avaliação do encontro, a Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp), órgão responsável pela
administração do cais santista, informou que deve retomar, na manhã de
hoje, 10, a manutenção da profundidade no trecho 1 do canal de navegação.
Há
uma semana, o limite do calado operacional (fundura máxima que os
navios podem atingir quando totalmente carregados) foi reduzido. Até a
última sexta-feira, era permitida a navegação de embarcações com até
13,2 metros de calado. Agora, a restrição é para navios de até 12,3
metros, em condições normais de maré.
Agora,
a ideia da estatal é fazer uma dragagem regular na região que vai da
entrada da Barra até o Entreposto de Pesca. Este é o local que
apresentou assoreamento (deposição de sedimentos) na semana passada.
Durante todo o mês de julho, os trabalhos devem ser concentrados apenas
nesta área.
No último
sábado (01) , a Dratec Engenharia, contratada pela Codesp, chegou a
realizar dragagem neste ponto crítico, das 8 às 15 horas. O trabalho
deveria ser retomado na quarta-feira, dentro da programação da empresa,
mas não pode ser realizado devido a problemas de maré.
No
setor, há a expectativa de que a análise da profundidade (batimetria),
que está sendo realizada pela Docas, seja entregue ainda hoje à
Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP).
Durante
a reunião de ontem, o presidente da Codesp, José Alex Oliva, explicou o
andamento da obra e pediu o esforço conjunto para que se consiga
resolver a questão.
“Por
parte da Capitania, acordamos que, assim que tivermos uma nova
batimetria, faremos esforços para dar toda a agilidade ao processo”,
afirmou o comandante da CPSP, o capitão de mar e guerra Alberto José
Pinheiro de Carvalho.
Além
da Codesp e Capitania, estavam presentes representantes da Praticagem de
São Paulo e do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado
de São Paulo (Sindamar).
Em
seguida, Oliva se reuniu com o Sindicato dos Operadores Portuários do
Estado de São Paulo (Sopesp), ao final do dia. Por meio de nota, a
entidade informou que “aguarda as providências que a Codesp está tomando
para reestabelecer o mais rápido possível o calado oficial do Porto”.
Enquanto
a profundidade não é retomada, os usuários do setor adotam medidas para
garantir as operações e cumprir contratos firmados antes da redução do
calado.
Segundo dados do
Sindamar, a cada centímetro a menos de calado, deixa-se de embarcar
entre sete e oito contêineres. Com a redução atual, isso representa uma
perda de carregamento de até 720 caixas metálicas ou 5 mil toneladas de
carga por viagem.
Por conta da
localização dos pontos de assoreamento, todas as instalações do cais
santista foram afetadas. No início da mudança do calado, por exemplo,
dois cargueiros, que atracaram nas instalações da Brasil Terminal
Portuário (BTP), tiveram suas operações e prejudicadas e atrasadas por
conta deste problema.
Apesar
da redução da profundidade ter acontecido no final da última semana, a
Praticagem já havia detectado o problema há cerca de três semanas.
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