A Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos, deve apresentar
nesta sexta-feira (23), opções de locais para a queima dos produtos
tóxicos – entre eles, fosfina – que estão em 115 cilindros encontrados
em um armazém do cais. O prazo foi dado pelo Ministério Público de
Guarujá, após a Prefeitura negar a incineração dessas cargas perigosas
no município.
Há
cerca de dois anos, técnicos da área de Meio Ambiente da Codesp
descobriram os produtos perigosos em armazéns que ficam no Centro de
Santos. A estimativa é de que a carga esteja no local há 20 anos.
Apesar
de aparentarem bom estado, os cilindros com produtos tóxicos e
explosivos perderam a garantia de controle de suas válvulas. Por isso, a
necessidade de uma destinação adequada para o material.
O
plano da Docas era queimar os cilindros na Base Aérea de Santos, no
distrito de Vicente de Carvalho. O material seria retirado do Centro de
Santos, carregado em uma embarcação e levado até a unidade da
Aeronáutica, que fica às margens do canal de navegação.
No
entanto, a Prefeitura de Guarujá é contra a queima no município por
conta dos riscos que podem ser causados à população. Segundo a Codesp,
se um dos cilindros apresentar vazamentos, existe a possibilidade de
explosões e vazamentos de gases tóxicos. O problema ainda poderia
ocasionar a evacuação de vários bairros da cidade.
Por
isso, na última segunda-feira (19), o Conselho de Defesa do Meio
Ambiente (Condema) de Guarujá fez uma audiência pública para discutir o
assunto e, diante dos riscos, rejeitou a queima ou o armazenamento
desses produtos químicos.
Mas,
mesmo assim, de acordo com o secretário de Meio Ambiente de Guarujá,
Sidnei Aranha, a Codesp não desistiu da ideia. Em reunião com o
Ministério Público no Município, a estatal que administra o cais
santista se comprometeu a encaminhar alternativas para o descarte dos
produtos perigosos.
“A
coisa está mal conduzida. Se discute a recusa (de Guarujá) mas não a
solução do problema, que está em Santos”, disse Aranha. “Guarujá se
sensibiliza com o problema, mas ele não está no município”.
O
secretário de Meio Ambiente de Guarujá destaca, ainda, a necessidade de
apontar responsabilidades nesta questão. Isto porque os cilindros foram
identificados há dois anos e, até agora, a população está exposta a
riscos. Procurada, a Codesp não respondeu aos questionamentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário