O
Tong Shun chegou ao Porto no último dia 6. Segundo informações da
Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), o navio começou a adernar na
manhã do dia 8, após o carregamento de 30.850 toneladas de soja. Ele já
havia embarcado quase 40 mil toneladas do grão em uma escala no Uruguai.
No
cais, operado pelo terminal da Copersucar, estão dois grabs –
equipamentos formados por duas garras e utilizados na operação de
granéis. Nesse caso, eles são usados na retirada da soja de, pelo menos,
três porões do navio: 2, 5 e 7.
Após
a descarga, os grãos são despejados na caçamba de caminhões através de
um funil. Os veículos fazem o transporte da commodity. Não há previsão
de quando a operação deve chegar ao fim. Inicialmente, a informação era
de que a descarga aconteceria em cerca de dois dias.
Além
da retirada de parte das cargas do navio, será necessário o conserto do
casco da embarcação, que está com uma fissura de cerca de 40
centímetros. A avaria foi identificada após vistoria por uma equipe de
mergulhadores.
Após o
encalhe, o Tong Shun estava com um calado (profundidade) de 14,4 metros.
Mas, no berço, podem atracar apenas navios com até 13 metros de calado.
Isto pode indicar uma sobrecarga da embarcação por conta do
carregamento de grãos ou ainda que há excesso de água dentro do navio,
possivelmente causada pela fissura.
Com
relação a este problema, a suspeita é de que ele tenha sido causado por
ferragens utilizadas nas obras de reforço de cais do Porto, contratadas
pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade
Portuária).
O serviço de reforço
prevê o fortalecimento da estrutura de 1,7 quilômetro de cais da região
de Outeirinhos, na Margem Direita (Santos) e foi iniciado em 2014. No
entanto, o serviço não foi concluído e, mesmo após diversos
questionamentos, a Autoridade Portuária não informa o que precisa para
que isso aconteça.
A obra é
considerada essencial para permitir o aprofundamento dos berços sem que a
estrutura de cais acabasse ruindo e caindo sobre o canal de navegação.
Para isso, o consórcio formado pelas empresas Andrade Gutierrez, OAS
Engenharia, Brasfond e Novatecna foi contratado por R$ 200 milhões.
Procurada,
a Copersucar, que utiliza o cais dos armazéns 20 e 21 do cais santista,
não respondeu aos questionamentos sobre a descarga das
mercadorias. A Cargonave, agência responsável pela embarcação, também não se posicionou sobre a descarga.
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