As equipes de atendimento a emergências do
Plano de Área do Porto de Santos e Região (Paps) foram acionadas 24
minutos após o início do primeiro simulado de derramamento de óleo no
estuário do complexo marítimo, que ocorreu no fim da semana passada. Nas primeiras avaliações dos participantes do exercício, 80% dos
procedimentos foram considerados adequados. Na próxima segunda-feira,
vão começar a ser traçados os planos de ação para a correção de falhas.
A
atividade foi realizada nas proximidades do terminal da Embraport,
especializado na movimentação de contêineres e que fica na Margem
Esquerda do Porto, na Área Continental de Santos. O exercício simulou a
colisão de um navio durante a manobra de atracação no berço 1 da
instalação portuária. Com isso, houve o derramamento de 200 metros
cúbicos de óleo.
“Aqui no
Porto, a gente tem pequenas ocorrências de manchas órfãs (quando não é
identificada a fonte poluente), que são poucos litros, de cinco a dez.
Esse é o cenário mais comum. Como este (do simulado) a gente nunca teve,
mas as equipes devem estar preparadas e todos devem ter seus planos
para atender esse tipo de situação”, destacou o coordenador do Paps,
Jean Carlos Silva, que é funcionário da Companhia Docas do Estado de São
Paulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista.
Segundo
Silva, além dos problemas no meio ambiente, um vazamento de óleo deste
porte pode causar perigo e mal-estar para a população que vive no
entorno. Prejuízos com a interrupção do transporte de cargas e de
passageiros no Porto também são possíveis impactos de um incidente deste
tipo no canal de navegação.
No
exercício, as equipes do Plano de Emergência Individual (PEI) da
Embraport foram as primeiras a chegar ao local do vazamento. Isto foi
possível graças ao sistema de monitoramento das operações, que flagrou o
momento do vazamento.
Em
seguida, diante do volume de óleo derramado no estuário, 13 minutos após
o incidente simulado, foram acionadas as equipes da Codesp. Mas, para
aumentar a capacidade de atendimento, houve o acionamento do Paps, que
concentra 47 empresas que atuam no cais santista.
“Onde
houve a colisão do navio, foi feita a contenção. Ele foi cercado em 360
graus. No segundo instante foi feita proteção para a entrada (fluvial)
da Ilha Diana. Lá, nós temos uma concentração de área sensível e
comunidade, então são áreas prioritárias de proteção”, destacou o
coordenador do Paps.
Também
foram colocadas barreiras de contenção na linha férrea que passa sobre o
acesso ao Canal de Bertioga e na margem junto à Base Aérea de Santos.
Cerca de 20 embarcações atuaram no simulado.
Alguns
desses barcos faziam o recolhimento de animais atingidos pela mancha de
óleo. Para isso, foram utilizados bichos de pelúcia que seriam,
principalmente, aves que habitam na Área Continental de Santos, como o
guará-vermelho.
“As
equipes de proteção à fauna oleada também atuaram. Elas simularam a
coleta de espécies oleadas, com procedimentos de estabilização dos
indivíduos, num primeiro momento, para que eles sejam reabilitados
depois”, explicou o coordenador do Paps.
Para
o biólogo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb),
Carlos Ferreira Lopes, por se tratar do primeiro simulado deste tipo, o
momento é de aprendizado para todas as empresas e órgãos envolvidos.
“Uma
emergência de porte mais significativo envolve mais recursos, mais
pessoas, mais instituições e tudo isso tem que estar muito bem alinhado
ao plano para que isso ocorra de forma harmoniosa e integrada”, destacou
o representante da agência ambiental.
Além
da Cetesb, da Codesp e do terminal onde foi realizado o exercício,
equipes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), da Capitania
dos Portos de São Paulo (CPSP), da Defesa Civil de Santos e do Exército
participaram do simulado, assim como empresas especializadas.
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