As chuvas que atingem Santa Catarina desde maio causaram prejuízos ao
Porto de Itajaí, no Vale. Sem conseguir atracar por causa da correnteza,
os navios seguem para outros portos catarinenses ou de outros estados.
Com isso, cresceu a movimentação no Porto de Itapoá, no Norte do
Estado. A estimativa é de que tenham passado pelo pátio do terminal nas
últimas semanas cerca de 50 mil contêineres, o dobro do habitual.
Essa movimentação extra em Itapoá ocorre após o fechamento do canal
de acesso aos Portos de Itajaí e Navegantes. A correnteza é tanta que os
navios não podem manobrar e acabam migrando para outros terminais. Depois disso, filas de caminhões passaram a se formar às margens da rodovia para carga e descarga de mercadorias.
“Em média de 9 a 10 horas, alguns até 24 horas, conforme a carga, sem
dormir, porque a fila vai puxando aos poucos, sem banheiro, sem janta, é
difícil”, disse o motorista Heraldo Pereira. O problema é histórico e, segundo a autoridade portuária, a solução
depende do governo do estado, que já tem projetos, mas ainda precisa
colocá-los em prática.
“Elevação das barragens, com a possibilidade da construção da nova
barragem no Itajaí-Mirim, em Botuverá, pode minimizar a questão das
cheias”, disse Heder Moritz, assessor da diretoria do porto.
Desde o final de maio, cerca de 22 mil contêineres deixaram ser
movimentados nos terminais de Itajaí e Navegantes. A maioria das cargas é
de carnes congeladas.
Algumas cargas para exportação ficaram no porto e estão com mais de
uma semana de atraso na entrega. Apesar do prejuízo, tanto para manter a
carga no local quanto para remanejar a outros portos, ainda há
vantagens logísticas na operação pelo Complexo Portuário de Itajaí.
“Condições operacionais adequadas e consequentemente custos mais
adequados que em outros portos. Esse é o nosso grande diferencial”,
explicou Marcelo Petrelli, presidente do Sindicato dos Despachantes
Aduaneiros.
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