O governo federal anunciou na manhã de hoje (7) R$190,25 bilhões em
recursos para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018. Apesar do
contingenciamento feito em diversas pastas, o valor supera os R$ 185
bilhões disponibilizados para o período entre julho de 2016 e junho de
2017. O anúncio foi feito pelo presidente Michel Temer e pelo ministro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, em
cerimônia no Palácio do Planalto.
De acordo com o ministério, o
volume de crédito para custeio e comercialização ficará em R$ 150,25
bilhões. Deste total, R$ 116,25 bilhões com juros e taxas fixados pelo
governo. Outros R$ 34 bilhões serão disponibilizados a juros livres, por
meio de negociações envolvendo as instituições financeiras e o
produtor.
"O setor agrícola colocou mais de 13% no PIB deste
trimestre”, disse Maggi ao iniciar seu discurso. “Muitos me questionam
sobre o fato de o Brasil ser um país de vendas de commodities.
Eu discordo ao associar isso ao setor agrícola. O setor ferroso é, a meu
ver, extrativista. Mas quando vendemos nossos produtos [agrícolas e
pecuários] nós vendemos tecnologias de muitos e muitos anos. O Brasil
não seria o produtor de alimentos que é hoje sem os conhecimentos
tecnológicos que tem hoje. O Brasil vende muito conhecimento e estudo
desenvolvido em cada tonelada”, completou.
Segundo o Mapa, os
juros cobrados sofreram redução de um ponto percentual ao ano nos
“programas prioritários" voltados à armazenagem e à inovação tecnológica
na agricultura – ligados ao Programa para Construção e Ampliação de
Armazéns (PCA), e ao Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na
Produção Agropecuária (Inovagro), respectivamente. A taxa cobrada nesses
dois programas é a mesma: 6,5% ao ano. Os juros cobrados para o custeio
caíram de 8,5% e 9,5% ao ano para 7,5% e 8,5%.
O Inovagro tem
entre seus objetivos financiar equipamentos de agricultura de precisão e
terá, à sua disposição, R$ 1,26 bilhão em recursos, com limite de R$
1,1 milhão por produtor. Ainda no âmbito deste programa, será
disponibilizada uma linha de crédito para facilitar a conectividade no
campo, em ações para informatizar e dar acesso à internet às
propriedades rurais.
O governo estima que a produção agrícola
aumente no período e fique em 232 milhões de toneladas de grãos: um
aumento de 24,3% na comparação com a safra 2016/2017. Para dar conta
desse aumento na safra, serão disponibilizados R$1,6 bilhão em recursos
para investimento em armazenagem.
Inicialmente, o Mapa informou
que o valor total do plano seria de R$188,3 bilhões. O reajuste de
última hora se deve a R$1,4 bilhão a mais em custeio e a R$550 milhões
para seguro agrícola. “Nós falamos [inicialmente] de R$ 188 bilhões, mas
o número correto é maior porque tem R$ 550 milhões disponíveis para o
seguro rural e R$ 1,4 bilhão para comercialização”, disse o ministro.
O
Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) terá
R$21,7 bilhões em recursos a uma taxa de juros de 7,5% ao ano. Médios
produtores rurais terão R$ 18 bilhões à disposição para custeio e R$ 3,7
bilhões em investimentos.
Uma das novidades desta versão do
Plano Agrícola e Pecuário está a retomada de linha de crédito do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) para a renovação
de canaviais. Serrão R$1,5 bilhão em recursos.
Já Programa de
Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e
Colheitadeiras (Moderfrota) contará com R$ 9,2 bilhões em recursos. Para
a compra de máquinas e implementos agrícolas haverá um limite de 90% do
valor financiado, com prazo de pagamento de 7 anos.
O limite de
financiamento de custeio será de R$ 3 milhões por produtor, por
ano-agrícola, informa o Mapa. Para o médio produtor, o limite será de R$
1,5 milhão, com um prazo de pagamento é de 14 meses para produtores de
grãos.
Além disso o governo anunciou que está ampliando a
abrangência de finalidades financiadas com a fonte Letra de Crédito do
Agronegócio (LCA). A expectativa é que se atinja um montante de R$ 27,3
bilhões com essa fonte, para financiamento da cadeia do agronegócio.
O
produtor poderá contar com R$ 550 milhões do Programa de Subvenção ao
Prêmio do Seguro Rural (PSR), em 2018. Outros R$1,4 bilhão serão
disponibilizados para apoio à comercialização.
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