A ATP (Associação
de Terminais Portuários Privados) divulgou números nesta terça-feira, 28, mostrando que 2019 foi positivo para o setor
portuário privado brasileiro. Ao longo do ano, foram autorizados 20 novos terminais privados, com publicação no DOU
(Diário Oficial da União), o que representa uma carteira de investimento de R$
1,5 bilhão. O perfil de carga que se destacou foi o granel líquido (gasolina,
óleo diesel e soda cáustica), que será movimentado por 14
desses 20 terminais.
Entre as regiões, a Norte foi a
maior beneficiada, com a criação de 11 novos
terminais privados – mais da metade do que foi feito pelo setor ao longo do
ano. Segundo o presidente da ATP, Murillo Barbosa, a região tende a ter ainda
mais destaque nos próximos anos. “Sete dos novos terminais da região
foram construídos ao longo do Rio Amazonas e podem utilizar a saída marítima da
barra norte, que já ocupa o 4º lugar do País em tonelagem de carga transportada.
Acreditamos que a Região Norte tem um alto potencial, seja pelo aumento da
produção de bauxita e de grãos vindos do norte do Mato Grosso e de outras
regiões próximas, como pela conclusão da BR 163”, afirmou Barbosa.
A Associação, que representa 29
empresas de grande porte, que juntas movimentam 60% da carga portuária
brasileira, reuniu esforços ao longo dos últimos anos para ampliar ainda mais o
potencial dos portos do Rio Amazonas por meio de um projeto chamado Barra
Norte. A meta é aumentar ainda mais a segurança da navegação
na foz do Rio e contribuir para a eficiência logística de navios. O
objetivo é que as embarcações possam ser totalmente carregadas, o que ainda não
ocorre, trazendo uma economia, que no ano de 2018 representaria mais de US$ 57
milhões em frete com aumento de apenas um metro de calado (altura da parte do
casco que fica submersa) para os navios que passam pela região. A ampliação de um metro, passando
dos atuais 11,5 metros para 12,5 metros, permitiria um
salto das 55 mil toneladas de carga por navio classe Panamax atuais
para, pelo menos, 63 mil toneladas.
Para 2020, a perspectiva é de
aumento na carteira de investimento. Ainda no ano de 2019, foram feitos 16
novos anúncios públicos. Destes, 13 são pedidos para autorização de novos
terminais e três são de alteração do perfil de carga movimentado. A estimativa
de investimento é de R$ 7,7 bilhões. Com destaque para os pedidos de
autorizações de novos TUPs no Espírito Santo, com perspectiva de R$ 3,11
bilhões, e em Santos (SP), com R$ 2,8 bilhões.
“O setor portuário privado no Brasil
ainda enfrenta muitos desafios, como questões de regulação, altos custos com
praticagem e muita burocracia. A ATP está atenta a isso e seguirá atuante junto
a tomadores de decisão para impulsionar a liberdade de empreender no
País. Os TUPs são uma tendência nacional e deveriam ser mais valorizados
pelo governo. Contudo, estamos otimistas, pois temos um cenário onde a
privatização é uma das bandeiras do governo e o investimento privado no setor
portuário já vem superando expectativas”, afirma Murillo Barbosa.
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