A Superintendência dos Portos do Rio
Grande do Sul - Portos RS, fechou 2019 com saldo positivo de ações que
garantirão o futuro do sistema hidro portuário gaúcho. Os destaques foram a dragagem de manutenção do
complexo portuário rio-grandino, os estudos e tratativas para a mudança do
modelo de gestão dos portos do Estado e a resolução de antigos impasses como o
pátio ferroviário e a travessia de balsa entre Rio Grande e São José do Norte.
Além disso, o projeto Rio Grande Porto-Indústria torna-se fundamental para os
próximos anos.
A partir do início de 2019, a autarquia buscou um
alinhamento e um plano de ação com as autoridades envolvidas na administração
do setor portuário. As primeiras conversas do diretor-superintendente, Fernando
Estima, foram com a Secretaria Nacional de Portos do Ministério da
Infraestrutura e com a Antaq (Agência Nacional dos
Transportes Aquaviários, visando a entender como a autoridade federal e a
agência reguladora enxergavam os portos gaúchos dentro do contexto nacional.
Essas conversas alavancaram os trabalhos para
a mudança do modelo de gestão dos portos estaduais, medida considerada
essencial para devolver mais autonomia para a autoridade portuária e resolver
gargalos históricos. “O Secretário Nacional de Portos e a diretoria da Antaq
estiveram no Rio Grande do Sul conversando com o governador Eduardo Leite sobre
a importância de rever esse modelo administrativo, e o processo foi aceito e
está sendo liderado pelo chefe do executivo e pelo Secretário de Governança
Cláudio Gastal junto à Secretaria de Logística e a própria”, revelou Estima.
“Ao
longo do ano também foram realizadas reuniões com a PGE, sindicatos, operadores
e terminais portuários. O assunto foi ainda levado à Fiergs, Federasul, Farsul,
Famurs e Hidrovias RS e, demais entidades, buscando esclarecer e coletar
contribuições da comunidade que está diretamente envolvida com o processo. A
minuta do Projeto de Lei que transforma a autarquia em Empresa Pública está em
preparativos finais e deve ser enviada a Assembleia Legislativa no início de 2020”, adiantou o superintendente.
Outro
diagnóstico levantado pela gestão de Estima foi o fato de que o complexo portuário
e o Distrito Industrial não conversavam para serem ofertados de forma conjunta.
“O Distrito Industrial era ofertado sem considerar o outro lado da rodovia, que
é o porto, sem um zoneamento conjunto. Ao longo do ano foi-se construindo o
projeto Rio Grande Porto-Indústria. Uma nova forma de apresentação das áreas
disponíveis para novos investimentos na região sul do Estado”, destacou o
dirigente.
A
área industrial tem mais de 2,5 mil hectares. São mais de 200 lotes ainda totalmente
disponíveis para novos empreendimentos. “Estamos montando um sistema de comunicação
entre os Portos RS e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico que permitirá
trabalhar a atração de novos investimentos de forma conjunta”,diz Estima.
Já a
dragagem de manutenção do canal de acesso ao Porto do Rio Grande teve seu
início em 2018. “Após a judicialização do caso, foi retomada no mês de janeiro.
Ao longo dos últimos meses foi realizado todo o ciclo de limpeza do canal,
retirando cerca de 16 milhões de m3 de sedimentos que prejudicavam as operações
portuárias”, contou o superintendente.
A obra que é iniciativa do Governo Federal e encontra-se
em fase final, nesse momento, com a realização das fiscalizações e batimetrias
necessárias ao seu encerramento. Após a conclusão dos trabalhos, será
homologado pela Marinha o calado de 14,5 metros do superporto, dando muito mais
segurança à navegação e possibilitando novas rotas comerciais, com navios de
maior calado.
A
travessia de balsa entre Rio Grande e São José do Norte foi outro assunto tratado
pela administração. A chegada de uma nova empresa, com autorização da Antaq,
foi fundamental para melhorar a qualidade do serviço e ampliar os horários de
travessia. Uma demanda antiga da sociedade. Atualmente com duas empresas executando
o serviço, a ligação entre as duas cidades tornou-se mais próxima. Por ação da Superintendência, foi desenvolvido o
aplicativo Click Travessia, que está em fase de testes, que permite a compra
on-line de passagens para a balsa. Ou seja, sem a necessidade de entrar em
filas. O serviço é um dos grandes passos para o desenvolvimento portuário na
margem de São José do Norte, já que dá garantias de passagem nos horários determinados.
As
diretorias de Meio Ambiente e Infraestrutura da Superintendência estão realizando
igualmente as obras de aterramento e nivelamento no pátio das ferrovias. A
Portos RS está cumprindo, assim, uma das condicionantes do Ibama para licença
de operação nº 03/1997 - 3ª Renovação, resolvendo um dos passivos
ambientais. Além disso, estão sendo tratadas diversas outras questões como
avaliação e reparos no sistema elétrico; Plano de Prevenção Contra Incêndio dos
armazéns; aquisição de máquinas e outros equipamentos e melhorias ao sistema
ISPS Code.
A
Superintendência também está tratando do futuro do Polo Naval. Todos os contratos
com os terminais estão sendo analisados pelos órgãos regulatórios e a Superintendência
está auxiliando para dar uma resposta concreta sobre o futuro
dessas áreas e da indústria naval. Ao
longo de 2019, a Superintendência, por meio da Diretoria de Infraestrutura, trabalha
com a revisão das poligonais dos portos gaúchos. No Porto do Rio Grande foram
sugeridas as retiradas de trechos que não fazem mais sentido a operação portuária
como a Barra Velha e os clubes náuticos. As sugestões encontram-se disponíveis
para fins de manifestação pública, no site do Ministério de Infraestrutura. O
prazo para o envio das contribuições nesta fase encerrará em 27 de janeiro.
Com
a extinção da Cesa, a Unidade do Rio Grande está sendo incorporada ao cais público,
criando assim o Terminal Logístico do Arroz. Um espaço destinado ao armazenamento
do grão já nas proximidades do porto, aumentando ainda mais a competitividade
do produto e do complexo portuário. O segmento do arroz sempre
buscou alternativas para o produto e o TLA surge
como uma das grandes novidades ao segmento. A área terá um chamamento público
para um contrato de transição no primeiro trimestre de 2020 para posterior
licitação.
Durante
2019, a Superintendência realizou um grande levantamento de sua estrutura e dos
principais gargalos do complexo portuário gaúcho. Entre as ações que se
destacam estão a revisão dos preços dos pedágios e de custos tributários do Rio
Grande do Sul. Através de um estudo apresentado pelo Sintermar, o Estado avalia
uma equiparação tributária para determinadas
importações que garantirão maior competitividade ao Estado. Em 2020, esses temas
serão tratados, bem como, a defesa pelo modal hidroviário que é um dos grandes
diferenciais do Estado em termos logísticos.
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