Mudanças na estrutura logística de escoamento da safra de grãos no
Norte do Brasil e o aumento da produção em regiões antes dominadas pela
pecuária em Mato Grosso, como o chamado Vale do Araguaia, vão deslocar
cada vez mais a exportação da soja produzida no Estado para os portos de
Vila do Conde (Barcarena-PA), Manaus (AM), Santarém (PA) e São Luiz
(MA).
Das 18 milhões de toneladas de soja exportadas pelo Estado no ano
passado, esses portos foram responsáveis por nada menos que 42,6% dos
embarques, enquanto que o Porto de Santos exportou 46,7% da soja
mato-grossense. Em 2013, o chamado Arco Norte tinha participação de 13%
no comércio exterior do produto.
“Haverá uma competição ainda maior com Santos, com o envio de carga
pelo Arco-Norte. Só Barcarena pode ser 40% da exportação de milho e
soja.”, afirma Daniel Latorraca Ferreira, superintendente do Instituto
Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Em cinco anos, Ferreira
espera que o Arco Norte chegue a 50% das exportações. O Porto de
Paranaguá, no ano passado, exportou apenas 3,5%. “Só não zerou porque
vai soja para voltar fertilizante, muito usado pelas misturadoras no
Estado.”
A entrada em operação do porto de Miritituba (PA), em 2014, reduziu
os custos para o escoamento da safra da região do médio norte de Mato
Grosso, especialmente na região de Lucas do Rio Verde, uma das
principais produtoras, responsável por 34% da colheita da soja no
Estado.
Partindo da cidade de Mato Grosso, barcaças levam a soja pelo rio Tapajós até o Porto de Vila do Conde, igualmente conhecido como Barcarena, Mas, o percurso enfrentar obstáculos. Para chegar a Miritituba, os caminhões trafegam pela BR-163, com 90 quilômetros de estrada de terra que quando chove forma grandes atoleiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário