A comparação do preço e do volume das trocas comerciais brasileiras
no primeiro trimestre de 2018 indica um comércio exterior menos dinâmico
que o do ano passado. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Economia
da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), com base nos dados do Indicador
do Comércio Exterior (Icomex).
Segundo a pesquisa, o preço das
exportações brasileiras reduziu seu ritmo de crescimento de 18,6% para
12,3% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o primeiro
trimestre do ano passado. O volume exportado, por sua vez, caiu 4,2%. No
ano passado, o volume de exportações havia subido 7,4% nos três
primeiros meses do ano.
No lado das importações, houve aumento de
14,3% no preço e queda 1% no volume. No ano passado, o volume importado
pelo Brasil havia subido 9,8% e o preço, 2,9%.
A
pesquisa destaca o peso da China para o comércio exterior do Brasil. O
país asiático é o destino de 23,2% das exportações brasileiras e a
origem de 19,8% das importações.
As exportações para a China
cresceram 1% no primeiro trimestre, mas a pesquisa mostra que houve uma
queda de 12,9% no volume exportado. A principal explicação para o
resultado é a demora no embarque da soja. A previsão é que o cenário
mude nos próximos meses.
Segundo a pesquisa, a queda no volume de exportações brasileiras para todo o mundo se deve à redução de 11,1% no volume de commodities exportadas.
O preço das exportações desses produtos primários subiu 13,4% nos
primeiros três meses de 2018, menos que a metade da variação registrada
no ano passado: 35,9%.
As não commodities tiveram crescimento de 5,1% no volume exportado e de 11,4% no preço, um desempenho considerado melhor que o das commodities. No ano passado, o preço havia subido apenas 1,2%, e o volume, 14,7%.
A
pesquisa desdobra os dados por setor e mostra que a indústria
agropecuária teve queda de 4,1% no preço exportado e alta de 6,1% no
volume.
A indústria de transformação elevou o preço de suas
exportações em 10,9%; e o volume, em 2,5%. Já a indústria extrativa
exportou um volume 33,2% menor, mas que teve um valor 42% maior.
As
exportações da indústria de transformação se concentram nos bens de
capital, que tiveram alta de 38,2% no volume, com destaque para a venda
de plataformas de petróleo.
No que diz respeito às importações, o
preço aumentou em 42,7% para a indústria extrativa e 12,5% para a de
transformação, que teve queda de 3,3% no volume.
Aumentaram os
volumes importados da indústria extrativa (+23,2%) e da agropecuária
(+11,5%), que, por outro lado, importou um valor 8,9% menor.
A
variação da importação de bens de consumo duráveis saltou de -1% para
36,7%, equanto a exportação desses bens caiu 3,2% em 2018, depois de ter
subido 39,9% em 2017.
Segundo a pesquisa, as compras de
automóveis brasileiros por parte da Argentina foram muito elevadas em
2017 e a queda no crescimento da exportação de bens de consumo duráveis
se deve ao ciclo de estoques. Já o aumento das importações tem
influência do câmbio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário