A metade dos países pertencentes à Unasul, o bloco sul-americano criado em 2008 pelo presidente venezuelano Hugo Chávez
para contrapor o domínio dos Estados Unidos na região, decidiu
suspender sua participação, afirmou um funcionário brasileiro à Reuters
na sexta-feira.
Os
governos de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Paraguai
acreditam que o bloco estava à deriva sob a atual presidência rotativa
da Bolívia, segundo um comunicado enviado aos ministros brasileiros, e
visto pela Reuters.
Funcionários das outras quatro nações confirmaram a decisão de
suspender as atividades da organização que ficou paralisada pelas
divergências durante um ano e meio. Os governos de centro-direita que assumiram o poder em vários países da região nos últimos anos melhoraram suas relações com Washington nos últimos anos.
A Unasul foi criada há 10 anos quando o populismo esquerdista
defendido pelo falecido líder venezuelano era mais forte na América do
Sul. Chávez e outros líderes naquele momento se opuseram à proposta
respaldada pelos Estados Unidos
de uma Zona de Livre Comércio no continente americano e em seu lugar
estabeleceram a Unasul, uma união econômica e política que finalmente
serviu para dar a essas nações presença internacional.
A iniciativa também foi uma tentativa de fugir da Organização de Estados Americanos (OEA),
com sede em Washington, que os esquerdistas consideravam uma ferramenta
para promover a política dos Estados Unidos na América Latina.
Os membros restantes da Unasul são Venezuela, Bolívia, Equador,
Uruguai, Guiana e Suriname. “A Unasul trabalha por consenso, mas as
diferenças entre os pontos de vista político e econômico de seus membros
são tão grandes que já não é possível funcionar”, disse um diplomata
peruano que pediu para não ser identificado, porque não tinha
autorização para falar publicamente.
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