O Banco Mundial divulgou hoje (17) documento em que afirma que as
economias da América Latina e do Caribe estão voltando a crescer com
força depois de seis anos de estagnação puxadas pelo crescimento do
Brasil e da Argentina, as duas maiores economias sul-americanas. Os
dados mostram que o crescimento brasileiro será de 2,4% em 2018 –
previsão maior do que a do FMI, divulgada hoje, que foi de 2,3% – e de
2,5% em 2019.
As informações fazem parte do relatório "Ajuste Fiscal na América
Latina e Caribe: Dores no Curto Prazo, Ganhos no Longo?". Segundo o
Escritório do Economista-Chefe do Banco Mundial para a América Latina e
Caribe, o crescimento se deve a um ambiente externo favorável, incluindo
o aumento dos preços das commodities, o crescimento dos Estados Unidos e
o da China e a alta liquidez internacional.
O economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe,
Carlos Vegh, destacou as reformas levadas adiante no país. “Foram
feitas reformas importantes no Brasil, talvez não com a velocidade que
se esperava, mas houve reformas fiscais e reformas trabalhistas. A
reforma da Previdência não foi aprovada, mas foi muito discutida, então
creio que há um consenso entre todas as classes politicas de que a
reforma da previdência deve ser feita.
Segundo o documento, a América Latina cresceu 1,1% em 2017 e deve
crescer 1,8% em 2018 e 2,3% em 2019. Se fosse excluída a Venezuela, que
passa por grave crise política, humanitária e econômica, as estimativas
seriam de 2,6% em 2018 e 2,8% em 2019. A economia venezuelana teve uma
queda abrupta em seu PIB real de 16,5% em 2016 e de 14,5% em 2017, com
perspectivas para 2018 igualmente pessimistas, em torno de 14,3%.
Na Argentina, as estimativas são de 2,7% em 2018 e 2,8% em 2019 e, no
México, de 2,3% e 2,5%, respectivamente. A América Central deve crescer
3,8% em 2018 e em 2019, já para o Caribe as estimativas são de 3,5% em
2018 e 3,4% em 2019.
O relatório faz a ressalva de que após vários anos de baixo
crescimento, a situação fiscal de muitos desses países é frágil: a
dívida pública da região como um todo representa 57,6% do Produto
Interno Bruno (PIB) latino-americano e quase todos os países da região
fecharam 2017 com déficits fiscais.
O documento afirma que caso o Brasil conseguisse diminuir sua relação
dívida pública sobre o PIB do número atual de 74% para 61,5%, poderia
recuperar o grau de investimento, classificação de risco por agências
estrangeira, em até dez anos. Isso se faria por meio de sucessivos
superávits primários entre 2018 e 2028, começando com 7,5% neste ano e
subindo para 5,8% a partir do ano que vem.
Segundo o Banco Mundial, períodos como o atual, de crescimento
econômico, favorecem ajustes fiscais. Vegh afirma que “A persistência
dos déficits e os altos níveis de endividamento podem colocar em risco
os ganhos obtidos a duras penas nas últimas décadas, que ajudaram a
reduzir a inflação, a pobreza e a desigualdade e a estimular o
crescimento inclusivo”.
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