O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, falou nesta terça-feira, 24, em
encontro no Rio de Janeiro (RJ) sobre a decisão do Brasil de suspender sua
participação, juntamente com Argentina, Chile, Paraguai e Peru, na União
das Nações Sul-Americanas (Unasul),
comunidade que reúne 12 países da América do Sul. A decisão dos cinco
países foi comunicada em carta enviada ao presidente pró-tempore
Fernando Huanacumi, chanceler da Bolívia.
"O que nós fizemos foi um apelo para que possamos superar os impasses
que levaram à paralisia da Unasul. Há mais de ano estamos sem
secretário-geral. Há um bloqueio ao indicado da Argentina para assumir a
secretaria-geral. É um desperdício de oportunidades de integração. Um
desperdício de dinheiro, porque são muitos funcionários e é um prédio
magnífico. Mas não está sendo utilizado", disse Aloysio.
A Unasul foi criada em 2008 com o objetivo de fortalecer as relações
comerciais, culturais, políticas e sociais da região. Segundo o
ministro, a comunidade precisa desenvolver ações na área da defesa,
saúde e integração física, mas "não adianta manter como está".
Na carta, os chanceleres dos cinco países alegam que a Unasul foi
paralisada em janeiro de 2017 quando a Venezuela, a Bolívia, o Suriname e
o Equador vetaram o nome do embaixador José Octávio Bordón, candidato
argentino ao posto de secretário-geral. Desde então, não houve avanços
nas negociações por um nome de consenso.
Nesta terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores celebrou um
acordo de cooperação técnica com o Instituto Pedra, entidade sem fins
lucrativos que atua na gestão de patrimônios históricos, para restaurar o
Palácio do Itamaraty, no centro de Rio de Janeiro.
A expectativa é que o espaço possa se tornar mais atrativo, para
oferecer a visitantes acesso à informações da história brasileira e a
atividades culturais. "Vamos criar um plano diretor para utilização mais
eficiente do Palácio do Itamaraty, de modo a integrá-lo à cidade do Rio
de Janeiro. Queremos atrair pessoas para conhecer, através do prédio,
um pedaço importante da história do Brasil", disse o ministro Aloysio
Nunes.
O Palácio do Itamaraty foi fundado em 1855 por Francisco José da
Rocha, conde do Itamarati. Após a proclamação da República em 1889, o
edifício se tornou sede do governo. Dez anos mais tarde, quando a
presidência foi transferida Palácio do Catete, o Palácio do Itamaraty
passou a abrigar o Ministério das Relações Exteriores. Em 1970, a sede
da diplomacia brasileira se mudou para Brasília, mas permaneceu como
responsável pelo imóvel, onde mantém sua representação regional, além de
um arquivo, uma biblioteca, uma mapoteca, um museu dedicado à história
da diplomacia e um centro de documentação.
As instalações, no entanto, trazem vestígios de deterioração e o
museu tem atraído apenas estudantes e pesquisadores. Segundo o ministro,
o acordo prevê a avaliação do acervo existente e dos danos sofridos
pelo edifício por desgaste natural, para então formular os orçamentos.
As mudanças devem envolver ainda a melhoria da climatização da
biblioteca e da mapoteca e a digitalização do acervo
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