O governo decidiu fazer uma mudança importante na estrutura societária
exigida nas concessões dos novos aeroportos, com o propósito de ampliar a
concorrência nos leilões previstos para o segundo semestre deste ano.
Os consórcios interessados nos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador
(BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) não terão mais que incluir,
obrigatoriamente a participação societária de um operador
aeroportuário.
A proposta é que os serviços de operação dos
aeroportos, que incluem desde o check-in dos passageiros até o controle
de voo das aeronaves, possam ser prestados por meio de um contrato de
terceirização, ou seja, o operador poderá atuar como um prestador de
serviços, sem a obrigatoriedade de participar como consorciado.
Pela
proposta original, exigia-se que o consórcio interessado tivesse um
operador aeroportuário com participação societária de no mínimo, 15% da
formação total. A possibilidade dessas empresas integrarem os grupos
interessados nos leilões permanece mas agora passa a ser tratada como
mais uma opção, e não mais como um pré-requisito para disputar os
terminais.
A abertura para a terceirização dos serviços não
retira, porém, as exigências sobre experiência dessas empresas. Estão
mantidas as condições de habilitação técnica para cada aeroporto:
experiência em processamento mínimo de 9 milhões de passageiros em pelo
menos um dos últimos cinco anos para os aeroportos de Salvador e Porto
Alegre; de no mínimo 7 milhões para o aeroporto de Fortaleza, e de no
mínimo 4 milhões para o aeroporto de Florianópolis.
As minutas
dos editais de concessão receberam contribuições até a terça-feira. Nos
próximos dias, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve
apresentar uma redação final do edital. O governo promete fazer o leilão
nos próximos meses.
A cobrança das outorgas dessas concessões
será flexibilizada, para aliviar a pressão financeira sobre as empresas
nos primeiros anos de operação. Pelas regras, fica mantida a exigência
de o vencedor pagar 25% do seu preço de outorga - o lance que a empresa
dá durante o pregão - no ato de assinatura do contrato, mas o pagamento
dos demais 75% será gradual.
Em vez de serem pagos em parcelas
anuais fixas, corrigidas pelo IPCA, durante todo o prazo de concessão,
seguirão uma tabela progressiva. Após a entrada de 25%, está prevista
ainda uma carência de cinco anos para iniciar o pagamento das parcelas.
As
novas concessões têm prazo de 30 anos para os terminais de Fortaleza,
Salvador e Florianópolis. No caso de Porto Alegre, o prazo é de 25 anos.
O investimento total estimado para os quatro terminais é de R$ 6,042
bilhões. A outorga mínima soma R$ 4,111 bilhões. Empresas interessadas
poderão ganhar até dois aeroportos, desde que em regiões diferentes.
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