O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear),
Eduardo Sanovicz, afirmou nesta quinta-feira que a entidade não enxerga
um cenário de melhora significativa para o setor no país até meados de
2017. O executivo ainda frisou que, neste ano, a redução na malha aérea
deve ficar ao redor de 12% em relação a 2015.
O posicionamento de Sanovicz, que participou de teleconferência
promovida pela GO Associados para debater os desafios do setor de
aviação civil, é semelhante ao emitido no fim do mês passado, quando a
entidade divulgou os dados do setor aéreo brasileiro referentes a abril.
Na ocasião, o presidente da Abear afirmou que o ajuste de oferta
"certamente será superior a 10% neste ano".
"O cenário hoje é muito duro, muito difícil. São nove meses
consecutivos de queda de demanda, de menos gente procurando o modal
aéreo", disse o executivo, durante a teleconferência. "Estamos prevendo
para este ano uma redução da malha área brasileira ao redor de 12% em
relação a 2015, espalhada pelo conjunto do país."
A demanda doméstica por viagens aéreas recuou 12,22% em abril na
comparação com o mesmo mês de 2015. Em termos absolutos, esse foi o pior
desempenho mensal da demanda doméstica desde fevereiro de 2013 e o pior
desempenho do indicador para abril desde 2012. No acumulado de 2016, a
demanda doméstica registra queda de 6,54% ante os primeiros quatro meses
de 2015.
Segundo Sanovicz, no curto prazo, as empresas aéreas estão
enfrentando esse cenário com corte de custos e revisão da malha aérea e
de outros processos. "O que é mais visível para o público é a diminuição
de frequências para alguns destinos. Uma cidade qualquer, que antes
tinha sete frequências diárias, hoje pode estar com quatro frequências,
por exemplo."
Para o presidente da Abear, a meta, neste momento, é atravessar o
momento de instabilidade e, caso necessário, diminuir as estruturas para
mantê-las saudáveis e recuperar sua rentabilidade. "Assim, em meados de
2017, com um ambiente mais adequado, poderemos voltar a crescer,"prognosticou.
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