O diretor executivo do Centronave,
Claudio Loureiro, afirmou que "a
navegação tem suma importância para a economia. Mas, ainda assim,
infelizmente, pouca visibilidade para a opinião pública, decorrendo daí
vários problemas que a sociedade vivencia."
No mesmo diapasão, o advogado e jornalista Nilson Mello, especializado em
Direito Tributário e Análise Conjuntural, e diretor da Meta Comunicação,
avaliou o setor portuário com olhos na economia brasileira e fez uma
consideração semelhante: “os portos exercem sobre a economia uma
influência muito maior do que lhe é atribuída, seja pela opinião
pública, pelos estudos técnicos ou por profissionais envolvidos na
própria economia. Segundo Mello, isso não significa dizer que não haja
problemas – “alguns, diga-se, bastante críticos”.
"É imperativa a adoção de uma visão estratégica para a eficiência
logística e portuária", frisou Nilson Mello, que acredita que esta que deva se
dar por meio de “ações e programas de longo prazo, apartidários e que
possam ter continuidade governo após governo. "Os portos são uma questão
de Estado”, considerou ele.
Mello citou o desempenho dos contêineres nos
portos nos portos brasileiros em 2015, que, “embora tenha caído por
força da recessão, foi ainda muito melhor do que todas as previsões”. Os
dados utilizados para referência foram da Abratec (Associação
Brasileira dos Terminais de Contêineres), com sede no Rio de Janeiro,
cujas estatísticas apontaram para queda de 3,3%, no segmento, quando as
projeções eram de recuo (falava-se em até 30%, segundo Mello).
De
acordo com a SEP (Secretaria de Portos) do Governo Federal, os
resultados esperados para o primeiro trimestre deste ano, considerando
todos os segmentos, e não apenas o de contêineres, preveem crescimento
da ordem de 3,64% na movimentação de cargas.
Mello ressaltou os
balanços portuários do primeiro bimestre de 2016, publicados em abril,
segundo os quais os portos já registravam um avanço de 3,48% na
movimentação de carga, ou 146 milhões de toneladas importadas e
exportadas em janeiro e fevereiro. “Para se ter ideia da evolução em
meio à crise, em 2015 o movimento nos dois primeiros meses do ano não
chegou a 142 milhões de toneladas”, comparou Nilson Mello.
O
advogado lembrou a importante participação das exportações no desempenho
portuário: os embarques marítimos, segundo ele, já cresceram 10,17%,
ultrapassando a marca dos 100 milhões de toneladas até o final de
fevereiro deste ano. No mesmo período de 2015, a movimentação de cargas
marítimas havia chegado a apenas 91,35 milhões.
Ele ressaltou, no
entanto, a importância dos terminais de uso privado na evolução da
movimentação portuária: “os TUPs apresentaram um desempenho superior aos
portos públicos. Segundo números divulgados pela SEP, os TUPs respondem
por 67% do total de cargas transportadas e armazenadas em terminais
portuários”, números que acredita serem importantes para embasar
diagnósticos, políticas e novas ações para o setor.
O desempenho
dos terminais privados, superior ao dos públicos representa, para Nilson
Mello, uma questão que merece ser respondida “de forma transparente,
para que tenhamos diagnósticos corretos dos entraves que devemos remover
visando a gerar mais desenvolvimento portuário”.
Apesar dos
resultados, ele lembrou que a burocracia, mesmo em menor grau, também
afeta os TUPs, especialmente por estarem igualmente “sujeitos à
ingerência de uma série de órgãos públicos, sem a necessária
padronização dos procedimentos de fiscalização”,
“Em
uma frase, podemos dizer que o PIB brasileiro se movimenta pelos nossos
portos, e eis aí a razão para darmos atenção especial ao setor”, resume
o advogado, sem se esquecer de incluir na mesma conta as melhorias
necessárias na infraestrutura. “O PIB brasileiro, que logo voltará a
crescer, não pode ficar engasgado nos nossos terminais”, concluiu. (fonte: Guia Marítimo)
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