sexta-feira, 10 de junho de 2016

Mais de 300 navios-tanque cruzarão o novo Canal do Panamá por ano


         A Autoridade Administrativa do Canal do Panamá informou que espera a travessia de 20 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) pelo canal a cada ano após a abertura da nova passagem aquaviária, mais larga, até o final desse mês. Segundo cálculos da agência norte-americana Bloomberg, o número representa praticamente a travessia de um navio-tanque de gás por dia.
         "O canal abre a possibilidade para que o gás chegue aos mercados asiáticos de forma mais competitiva porque a rota pelo Canal do Panamá é a mais curta", explicou Manuel Benítez, vice-administrador da autoridade do canal. "Nós já vimos que muitos navios-tanque muito grandes de gás já fizeram reservas", destacou.
         A expansão do canal, que custou US$ 5,3 bilhões, deverá ser inaugurada em 26 de junho, o que permitirá a passagem dos enormes navios-tanque que transportam gás natural liquefeito. Sua estreia é positiva para as produtoras de gás americanas porque a rápida expansão do xisto provocou o aumento da oferta doméstica e as empresas de exploração estão buscando enviar seu combustível para o mercado internacional.
         O canal expandido ajudará as produtoras de gás dos EUA reduzindo o tempo de navegação para os mercados da Ásia, segundo Skip Aylesworth, que administra US$ 1,5 bilhão em ativos na Hennessy Funds em Boston e possui ações da produtora de GNL Cheniere Energy.
         "A ajuda a empresa de navegação poder cortar a viagem em dez dias em vez de contornar a América do Sul", disse Aylesworth. "É mais rentável para o remetente e é bom para a Cheniere", acrescentou.
         O volume projetado pela Autoridade do Canal do Panamá representa cerca de 8% do comércio global de GNL e é equivalente a 300 navios por ano, disse Anastacia Dialynas, analista da Bloomberg New Energy Finance. No ano que vem, os EUA exportarão cerca de 8 milhões de toneladas, revelou ela.
         Os preços no Pacífico atualmente não estão altos o suficiente para criar uma grande oportunidade de arbitragem para enviar gás da Costa do Golfo dos EUA para os mercados asiáticos, segundo Madeline Jowdy, diretora global de gás e GNL da PIRA Energy Group em Nova York. Os preços do GNL na Ásia e na Europa caíram em linha com os preços do petróleo, o aumento da nova capacidade de exportação de gás e o enfraquecimento da demanda da China e de outros mercados asiáticos.
         "A maior parte do GNL produzido nos EUA continuará na Bacia do Atlântico no futuro próximo por causa do colapso do preço e do enorme volume que aparecerá na Ásia", relatou Jowdy. "Não há oportunidades de arbitragem", ressaltou.

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