Embarcadores de todo o mundo manifestaram preocupação com os
riscos representados pela situação financeira das companhias globais de
navegação. A questão foi discutida durante a Feira e Conferência
TOC Europa, em Hamburgo, Alemanha. Mesmo reconhecendo as dificuldades
por que passa o setor hoje em dia, houve uma demanda para que os
armadores oferecessem uma gama maior de serviços.
O diretor de operações logísticas da British American Tobacco, Rolf
Niese, ao palestrar na conferência CSC (Container Supply
Chain), admitiu que vários embarcadores chegaram a “comemorar”
as tarifas de fretes mais baixas da memória viva do mercado. Ele
alertou, no entanto, que a resposta dos armadores, consolidando suas operações,
traz uma série de desafios aos players da cadeia global de suprimentos.
“Com essa série de fusões e aquisições, o mercado gerou muita incerteza.
Em primeiro lugar, não estamos sendo bem informados – não sabemos quem
está se associando a quem, e onde, ou quem está na lista das próximas
fusões. Isso, por si só, já configura um risco para nós”, disse o executivo.
Segundo ele, as companhias precisam seguir o exemplo do
segmento de freight forwarding, oferecendo uma ampla gama de serviços,
além de diferenciar os seus serviços dos concorrentes. “O que temos
visto no segmento de operadores logísticos é que eles sentiram a
necessidade de destacar os seus serviços, como por exemplo oferecer
garantia de entregas pontuais. E estamos sempre sendo questionados se
vamos pagar por isso – sim pagamos, e, na verdade, já assumimos essa
conta na condição de operadores”, explicou.
Na opinião do embarcador britânico, cada vez mais os armadores estão
focando estritamente em seus negócios principais, sem uma visão completa
da cadeia ponta a ponta, quando, na sua avaliação, o embarcador só consegue trabalhar
considerando o processo logístico todo na cadeia de suprimentos.
O diretor de transportes da Stanley Black & Decker, Filip Degroote, disse, após a conferência, que os problemas enfrentados pelos
armadores trazem grandes dificuldades para os embarcadores. “O perigo é
que, em algum momento, a carga seja bloqueada e tenhamos dificuldades de
recuperá-la”, alertou.
Degroote afirmou que a Black & Decker já usou por muito tempo os
serviços de operadores logísticos, mas que, devido a pressões contínuas
no gerenciamento de estoques da companhia, tem contratado embarques LCL
diretamente dos armadores, e está cada vez mais em contato com os
armadores. “Porém, se os armadores quiserem ganhar uma fatia mais
representativa dos negócios da Black & Decker, também vão precisar
oferecer alguns dos serviços que o Operador Logístico fornece”, esclareceu o
embarcador
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