A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entrega nesta
segunda-feira (20) aos ministros das Relações Exteriores, José Serra (foto), e
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, uma série de
propostas para uma recuperação mais consistente do comércio exterior,
como uma forma de atenuar a crise no mercado interno brasileiro.
O documento foi batizado de Agenda Internacional da Indústria 2016 e
propõe medidas para a política comercial, como a busca de acordos com
países de fora da América do Sul, apoio ao processo de
internacionalização das empresas brasileiras e atração de investimentos.
"Com a retração do mercado interno brasileiro há a necessidade de
uma política comercial internacional mais forte", afirmou o diretor de
Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. "Também precisamos
trabalhar para que o País tenha ambiente confortável que permita atrair
investimentos locais."
A agenda lista 32 países prioritários para negociações e acordos. A
CNI defende, por exemplo, a conclusão de um acordo ambicioso, em termos
de comércio e investimentos, entre Mercosul e União Europeia. Também
sugere a definição de uma agenda de negociação com os Estados Unidos,
por meio da elaboração de relatório de recomendações entre a CNI e sua
contraparte americana, a U.S. Chamber of Commerce.
Outra sugestão é o relançamento da agenda comercial e econômica da
indústria no Mercosul e o apoio à atualização da agenda do
multilateralismo comercial. "Também precisamos nos inserir nos países da
Aliança do Pacífico", diz Abijaodi.
Entre as prioridades apontadas pela CNI também está a conclusão das
negociações com o México e o estabelecimento futuro de livre-comércio
com o país, assim como a promoção de novos negócios com a Argentina,
hoje mais aberta e menos propensa a medidas restritivas.
A agenda que será entregue a Serra e Pereira também defende a
desburocratização para as empresas exportadoras e estudos que
identifiquem barreiras comerciais na China, União Europeia e Estados
Unidos. "Essas barreiras são, muitas vezes, difíceis de identificar, mas
podem ter um impacto significativo sobre as exportações e os
investimentos brasileiros, além de poderem desestimular a entrada de
novas empresas na atividade exportadora", informa o documento.
Boa parte das propostas colocadas no documento depende de ações
governamentais, mas a CNI também se propõe a assessorar, prestar
consultoria e capacitar empresas para atuar no comércio internacional
por meio das entidades coligadas em todo o País.
O setor externo tem mostrado sinais de reação, embora os números
positivos sejam mais influenciados pela queda das importações por causa
da forte recessão que atinge a economia brasileira. Em maio, as
exportações brasileiras alcançaram US$ 17,5 bilhões e as importações,
US$ 11,1 bilhões.
No acumulado do ano, o saldo comercial está positivo
em US$ 19,6 bilhões, número recorde para o período. Para o ano todo, o governo projeta um saldo positivo entre US$ 45
bilhões e US$ 50 bilhões que, se concretizado, será o maior já
registrado na história.
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