A Câmara dos Deputados aprovou no início da tarde desta terça-feira (21) no
plenário da Casa, a permissão para que qualquer empresa estrangeira
possa assumir até 100% do controle de empresas aéreas brasileiras. A
permissão foi votada por meio de emenda à medida provisória 714, que
autoriza o aumento do limite de capital estrangeiro nas companhias
aéreas nacionais. Apresentada pelo líder do PMDB na Casa, deputado
Baleia Rossi (SP), a emenda foi aprovada por 199 votos a 71.
A emenda do peemedebista retirou do texto da proposta qualquer
restrição para que empresas estrangeiras possam adquirir 100% do
controle do capital votante das aéreas brasileiras. Atualmente, o Código
Brasileiro de Aeronáutica limita a participação de estrangeiros em 20%.
A MP original enviada pelo governo Dilma Rousseff elevava esse
porcentual para 49%, permitindo que chegasse até 100% - desde que o
Brasil tivesse acordo de reciprocidade com o país da empresa
estrangeira.
O texto da MP foi aprovado em votação simbólica também no início da
tarde desta terça. A proposta cria as chamadas Linhas Pioneiras, que
deverão ser exploradas com exclusividade por operadoras regionais por um
período de dez anos. O objetivo é oferecer voos regulares em rotas com
pouco tráfego aéreo que não estejam sendo atendidas comercialmente.
Nessas Linhas Pioneiras, não poderão ser dados subsídios às empresas
pelo governo.
A medida provisória ainda extingue, a partir de 1º de janeiro de
2017, o adicional de tarifa aeroportuária cobrada das empresas para
compor o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). Na prática, o valor do
chamado Ataero será incorporado às tarifas. No caso dos aeroportos
privatizados, os concessionários devolverão o valor adicional como
outorga, que será direcionado ao Fnac. Mas, no caso dos aeroportos da
Infraero, os recursos ficarão com a estatal.
Em acordo para que o PT retirasse obstrução à votação, o governo
aceitou nessa segunda-feira, 20, retirar do texto votado o trecho que
previa a criação da chamada "taxa de conexão" para voos que operam no país. A MP 714 foi editada pelo governo Dilma em março deste ano e tem o
objetivo de salvar parte do setor aéreo brasileiro que tem apresentado
seguidos resultados negativos. Após ser aprovada pela Câmara, a matéria
ainda precisa passar pelo Senado, antes de seguir para sanção
presidencial.
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