O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou a empresários de vários países e
setores, durante o Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em Medelin, na Colômbia, que o Brasil já começa a enxergar sinais de recuperação para a
economia. O ministro reafirmou o compromisso da equipe do governo em
“reconstruir o chamado tripé macroeconômico” (controle da inflação,
responsabilidade fiscal e câmbio flutuante), além de trazer a inflação
de volta para a meta de 4,5% ao ano.
Otimista, Pereira reconheceu os 0,3% de retração do PIB brasileiro no
primeiro trimestre, porém afirmou que os números foram inferiores aos
projetados pelo mercado, que previa uma queda de 0,8%. Mencionou também o
superávit comercial obtido nos quatro primeiros meses do ano, superior a
13 bilhões de dólares, “o maior já registrado na série histórica”,
propagandeou, muito embora seja amplamente sabido que o resultado
positivo da balança comercial não é devido exclusivamente ao sucesso de
exportações, mas também à expressiva queda nas importações.
Sobre
a posição brasileira no cenário internacional e as iniciativas para
ampliar a participação do país no comércio mundial, o ministro lamentou
que o Brasil ainda ocupe a 25ª posição, com apenas 1,2% de participação
na economia global, afirmando que o governo deverá adotar uma estratégia
mais agressiva, com assinatura de mais acordos e com maior abrangência
temática. Mas avisou que a ação deverá ser estudada junto à iniciativa
privada: “não estamos falando de uma inserção a qualquer custo. Estamos
falando de uma inserção qualificada, a partir de uma avaliação dos
interesses brasileiros concretos, desenhada em conjunto ao setor
privado, e não em resposta a pressões”.
Marcos Pereira
mencionou algumas ações recentes lideradas pelo MDIC, como assinatura de
acordos com os Estados Unidos nas áreas de convergência regulatória,
facilitação de comércio e propriedade intelectual. Também destacou a
autorização para início de processo negociador com o Canadá e com o EFTA
(bloco comercial que inclui Suíça e Noruega), e as negociações de
acordos sobre compras governamentais, facilitação de comércio e serviços
com os países da Bacia do Pacífico.
Além disso, comentou
que, em maio, foi realizada a troca de ofertas entre Mercosul e União
Europeia, depois de 14 anos de negociações. O ACFI (Acordo de Cooperação
e Facilitação de Investimentos) assinado com sete países, sendo três na
África e quatro na América Latina (Colômbia, México, Chile e Peru)
também foi lembrado pelo ministro como “um modelo inovador de acordo de
investimentos, focado em um novo padrão de governança, na mitigação de
riscos e na prevenção das controvérsias”. O Brasil ainda negocia outros
ACFIs com o Mercosul e com países da Ásia, África e Oriente Médio. Ainda
com foco na ampliação dos acordos do Mercosul, o Marcos Pereira
enumerou as negociações com o México, com a Índia e com a União
Aduaneira da África Austral.
Encerrando
a apresentação com otimismo, o ministro Pereira repetiu que a economia
brasileira já começa a dar os primeiros sinais de recuperação. “Estou
convicto de que essa resoluta disposição do Brasil e do Mercosul a uma
maior abertura do comércio internacional - com a assinatura de acordos
mais diversificados e abrangentes - aliada às medidas que estamos
adotando em prol da desburocratização e do aumento da produtividade e da
inovação trarão um enorme impulso para a atração de investimentos e
para a retomada do crescimento econômico”. Esperemos que a injeção de
ânimo do ministro Marcos Pereira possa se traduzir em ações e resultados
para o país.
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