A Bolsa de Tóquio e outras asiáticas encerraram em baixa nesta
sexta-feira (10) com as ações pressionadas pelo iene forte, incertezas
sobre a saúde da economia global, em especial nos EUA, e cautela antes
de eventos importantes nas próximas semanas.
O Nikkei, índice que reúne as empresas mais negociadas na capital
do Japão (foto), caiu 0,40%, a 16.601,36 pontos. Na semana, o índice acumula
perda de 0,20%.
A Bolsa do Japão abriu em queda e permaneceu em território negativo
durante todo o pregão. O iene mais forte que o dólar pesou sobre as
ações das empresas, principalmente as exportadoras. Entre as maiores
quedas, destaque para as ações da mineradora Sumitomo Metal Mining, que
caíram 5,3% e as da siderúrgica JFE Holdings, com queda de 3,1%.
Preocupações persistem sobre o ritmo do crescimento do emprego nos
EUA, além do pessimismo em torno da economia global, principalmente
depois que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi,
cobrou ontem a execução de reformas estruturais dos governos europeus
para que a economia possa voltar a crescer.
Ele alertou que as repetidas
tentativas para tornar a Europa a economia mais competitiva e dinâmica
do mundo "têm produzido apenas resultados escassos", o que gerou
incertezas em relação às medidas que o banco central têm tomado para
impulsionar a economia.
Neste cenário, houve uma busca maior por ativos de segurança, o que
levou a forte queda dos juros dos títulos governamentais em todo o
mundo.
Eventos importantes nas próximas semanas também pesaram no humor
dos investidores. Nos dias 15 e 16 de junho, dirigentes do Banco do
Japão (BoJ, na sigla em inglês) se reúnem para a reunião de política
monetária. O mercado anseia por mais medidas de estímulos, mas teme que
nada possa ser anunciado. Nos dias 14 e 15 de julho, o Federal Reserve
(Fed, o BC dos EUA) se reúne para decidir o rumo das taxas de juros.
Além disso, muitos investidores também estão começando a se abster
de apostas agressivas à frente de grandes acontecimentos políticos nas
próximas semanas, incluindo o referendo do Reino Unido no final deste
mês sobre a possibilidade de o país deixar a União Europeia e a eleição
para a câmara alta do Parlamento japonês no dia 10 de julho.
Outros mercados asiáticos também fecharam em queda. Em Hong Kong, o
mercado voltou a operar depois de ficar fechado na quinta-feira, com o
índice Hang Seng caindo 1,20%, aos 21.042,64 pontos. A Bolsa de Xangai e
de Shenzhen continuaram fechadas devido ao feriado do Dragon Boat
Festival.
Na Coreia do Sul, o índice sul-coreano Kospi teve perda de 0,32% em
Seul, a 2.017,63 pontos, o filipino PSEi caiu 0,35% em Manila, a
7.509,94 pontos, e o Taiex, por outro lado, avançou 0,41% em Taiwan, aos
8.715,48 pontos.
Em Sydney, na Oceania, o australiano S&P/ASX 200 fechou em
baixa de 0,92%, a 5.312,60 pontos, pressionado pelas mineradoras diante
do dólar mais forte, com destaque para os papéis da Rio Tinto, com queda
de 3,17% e da BHP Billiton, que recuou 4,23%, penalizados ainda com a
notícia divulgada ontem que a Polícia Federal do Brasil indiciou um
funcionário da mineradora Vale dentro do inquérito que apura o
rompimento da barragem da Samarco - controlada pela empresa e pela BHP
Billiton.
O acidente ocorreu no município de Mariana (74km da capital
mineira), no dia 5 de novembro do ano passado. Em janeiro de 2015, a PF
já havia indiciado a Vale, a Samarco, a empresa de consultoria VogBr e
técnicos. Não havia, porém, funcionários da Vale na lista.
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