A Comissão de Assuntos Portuários e Marítimos da Câmara Municipal de Santos
reuniu, na quinta-feira (11) representantes dos setores público e
privado envolvidos com as operações do Porto de Santos para a criação do
CBLX (Conselho Logístico Brasileiro de Logística em Comércio Exterior).
O presidente da comissão, vereador Zequinha Teixeira (do PRP de Santos-
SP), explicou, em entrevista à rádio CBN logo antes do evento, que a
criação do conselho teve origem em outubro do ano passado, quando um
grupo de trabalho apresentou documentação à Coana (Coordenação Geral de
Administração Aduaneira) solicitando melhorias nos processos e no
regulamento das operações do Porto de Santos.
Na época, o grupo liderado
pela Comissão de Assuntos Portuários havia viajado a Brasília para
apresentar junto ao Ministério do Trabalho reivindicações contra as
demissões da Ecoporto, e aproveitou a missão para organizar um encontro
com o Ministro Helder Barbalho e a Coana, junto à qual entrou-se com um
processo para “pedir melhorias no regulamento aduaneiro que está muito
arcaico”, argumentou o vereador Teixeira.
O grupo foi oficialmente chamado em dezembro para apresentar as
propostas, e novamente acionado logo após o carnaval, quando mais um
assunto trabalhista colocou a comissão em contato com o Ministério do
Trabalho, desta vez envolvendo as 100 demissões do Grupo Libra, somadas à
renovação da concessão por mais 25 anos sem a realização de licitação. O
vereador relata que, na ocasião, aproveitou para reforçar junto à Coana
as demandas encaminhadas por meio de uma moção, agendando em seguida a
primeira audiência pública em Santos para criar grupos de trabalho em
prol do CLBX.
Ele explica que a ideia do evento seria fazer com que,
“juntos, os diversos setores que compõem o setor logístico pudessem
debater e formalizar propostas que beneficiem toda área”. Uma das
questões importantes a serem discutidas, de acordo com o vereador, seria
a isenção de cobrança do AFRMM, o adicional de fretes estipulado pela
Marinha Mercante, que vem sendo dispensado em algumas regiões do Brasil,
gerando concorrência desequilibrada entre os portos.
O advogado santista Luiz Henrique Pereira de Oliveira, presidente da
Comissão de Direito Marítimo e Portuário da OAB/São Paulo, enumerou
algumas das questões discutidas pelos grupos de trabalho, entre elas a
necessidade de se estabelecerem procedimentos para o atendimento à norma
internacional de pesagem de contêineres estabelecida pelo comitê de
segurança da IMO (International Maritime Organization).
Segundo Oliveira, também foram abordados outros temas de
interesse comum aos usuários do Porto de Santos, como a Instrução
Normativa 32, que regulamenta o uso de embalagens em madeira bruta nas
importações e a IN 1356, que veio se sobrepor ao artigo 54 da IN680,
suspendendo a exigência da apresentação do BL original para retirada das
cargas de importação no porto, o que gerou problemas de inadimplência,
inclusive comprometendo a imagem do Brasil como importador.
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