O diretor superintendente da Hamburg Süd e Aliança Navegação e Logística, Julian Thomas, disse, ao examinar as perspectivas para o Brasil que “ainda não enxergamos um cenário positivo
para o fim desta crise, mas a estratégia para driblá-la é cortar os custos
e investir em clientes novos”. O executivo, que está no país desde 1997, comemora o fato de a Hamburg
Süd ter conseguido crescer 4% no primeiro semestre do ano e, embora ainda não
tenha fechado os números para o fim de 2015, espera manter o mesmo
ritmo.
Segundo ele, uma boa opção para diversos setores comerciais
do país ainda é a cabotagem, embora a movimentação deste modal, quando
analisada isoladamente, tenha se mantido similar nos três primeiros
trimestres do ano. Dados da Aliança dão conta de que o período de
janeiro a outubro de 2015 registrou movimento de 142.296 Teus em
navegação doméstica, enquanto, no ano anterior, o número chegou a
142.520 Teus.
Para 2016, a expectativa de Thomas é bastante simples e encorajadora:
“Que o Brasil volte a crescer”. Para a empresa, ele diz que a meta é
atingir o mesmo crescimento de 2015, cerca de 5%. “O panorama é de
carência, seja em qualidade e quantidade, e, com isso, o setor perde
muitas oportunidades de negócio por não poder atender ou por não ser
competitivo", frisou.
"Entre as conquistas do setor, podemos citar o PIL, que
voltou a ter a atenção do governo neste ano”, cita Thomas,
comparando entraves e conquistas da navegação no último ano. Diante da
introdução dos supernavios nas principais rotas internacionais, ele
alerta: “Isso demandará investimento em infraestrutura portuária por
parte do nosso governo”. Para ele, toda a infraestrutura precisa ser
fortemente melhorada, portos, ferrovias, rodovias, armazéns, processos
de informação, desburocratização do setor, tributação, etc.
“O país precisa ter mais planejamento, para uma ação coordenada dos
projetos de investimento; garantias do Governo promovendo a
transparência, segurança e retorno destes investimentos ao setor
privado; reforma Tributária como agente facilitador de novos negócios,
parcerias público privadas na execução de projetos de infraestrutura,” observa.
Nos últimos dois anos, a Aliança investiu em novos navios, o que elevou a
capacidade da cabotagem para acima de 30%. O objetivo, em 2016, seria
manter esta capacidade e expandir em serviço agregado. Com o
desenvolvimento da ATM (Aliança Transporte Multimodal), a empresa passou
a funcionar também como ponto de distribuição e coleta do serviço de
carga fracionada.
A partir da nova coligada, a Hamburg Süd pretende
coletar e entregar cargas de pequeno e médio volume na porta do cliente,
a um custo logístico competitivo, com garantia da integridade da
mercadoria, frequência de embarques e confiabilidade operacional.
“A cabotagem teve um desenvolvimento admirável nos últimos 10 anos, mas
estabelecer um serviço competitivo com o setor rodoviário ainda tem sido
um grande desafio. A capilaridade e flexibilidade do transporte
terrestre demandam da cabotagem em seu serviço semanal um grande esforço
em oferecer a confiabilidade e segurança com que o setor está
acostumado a trabalhar em sua cadeia logística”, disse Julian Thomas.
Segundo ele, o mercado precisou aprender a ajustar sua produção e
estoque à frequência do transporte marítimo, de modo a aproveitar todas
as vantagens que o modal oferece. “Além de garantir o mesmo serviço
porta a porta com um transit time competitivo, o transporte marítimo
garante segurança, baixíssimos índices de roubos, avarias, e impacto
ambiental. Neste sentido, o mercado vem cada vez mais reconhecendo a
Cabotagem como uma excelente opção para o transporte de longas
distâncias”, afirmou.
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