O Banco Central (BC) previu uma maior retração da economia este
ano. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de
todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 2,7%, divulgada
em setembro, para 3,6%. A informação foi do Relatório de Inflação
divulgado hoje (23). Para 2016, a estimativa de queda do PIB é 1,9%.
A produção agropecuária deverá aumentar 0,5% no próximo ano. Já a
indústria terá queda de 3,9%, terceiro recuo anual consecutivo. O setor
de serviços deverá recuar 1,2% em 2016, seguindo a dinâmica da produção
industrial e do consumo das famílias.
O consumo das famílias deve cair 2%, uma melhora em relação à
retração projetada para este ano (3,8%). Segundo o BC, a projeção para
2016 "considera os efeitos da evolução mais favorável da massa ampliada
de rendimentos (massa salarial e benefícios sociais recebidos pelas
famílias), que deverá repercutir o aumento significativo esperado para o
salário mínimo, e da trajetória mais benigna da inflação".
O salário
mínimo deve subir de R$ 788 para R$ 871, em janeiro. A projeção do BC
para a inflação este ano é 10,8% e para 2016, 6,2%.
Os investimentos - Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - devem
apresentar recuo de 9,5%, em 2016. Neste ano, a projeção é de retração
de 14,5%. De acordo com o BC, a perspectiva é que "choques que
impactaram acentuadamente a evolução dessa componente da demanda em 2015
não se repitam com a mesma intensidade em 2016".
"A retração anual
repercute, em especial, o cenário negativo para a construção civil e o
recuo acentuado na absorção de bens de capital, em ambiente de
encarecimento do crédito e níveis historicamente reduzidos da utilização
da capacidade instalada", acrescentou o BC.
O banco previu ainda que "o menor dinamismo da economia brasileira
seguirá causando impacto nas importações de bens e serviços, que deverão
recuar 11% em 2016, contrastando com a projeção de crescimento de 2%
para as exportações".
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