A ministra da Agricultura e Pecuária, Kátia Abreu,
disse nesta terça-feira (15), que a Argentina tomou uma medida correta ao
acabar com o imposto de exportação para grãos e carne bovina. “Quando um país
tributa as suas exportações está tirando a competividade de seus produtores”,
afirmou.
A ministra não acredita que a decisão tenha impactos para o Brasil. “A
pior coisa do mundo é você ter vizinho que não vai bem. Quando tem fazendeiro
em volta de mim que não está bem, eu fico preocupada. A coisa melhor do mundo é
um ambiente favorável. Então a gente não tem que ter medo da competição. Esse é
o mercado”, comentou Kátia.
A decisão do governo argentino foi anunciada nessa segunda-feira
(14) pelo presidente Mauricio Macri, que assinará um decreto para zerar a
tarifa de todos os grãos, entre eles milho, trigo e soja. Antes, o imposto de
exportação para o milho era 20%. Já para o trigo, o percentual ficava em 23% e
para o girassol, 32%.
No caso da soja, a tarifa não será eliminada
imediatamente e, sim, reduzida de 35% para 30%. O plano da Argentina é baixar
progressivamente o imposto do grão até eliminá-lo em 2022. “Quando zerar, os
produtores argentinos vão vender o produto no mercado internacional a preço
competitivo”, avaliou o economista e secretário de Política Agrícola do
ministério, André Nassar.
Com o fim de todas as tarifas, o governo argentino estima que
deixará de receber US$ 1 bilhão por ano. Em contrapartida, espera aumentar a
entrada de dólares no país e estimular a produção agrícola interna. “A medida
poderá ter reflexo positivo na safra 2016/2017 dos argentinos, com incremento
na produção”, explicou o secretário.
Segundo ele, o estímulo ao setor agrícola
não terá reflexos no Brasil. “Nosso país exporta sobretudo soja em grão,
enquanto a Argentina é mais forte na venda de farelo”, destacou o secretário.
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