O aumento da taxa cambial e os efeitos
decorrentes da crise econômica resultaram em retração de 30% no volume
de cargas que saem do Polo Industrial de Manaus por meio da navegação
para abastecer os comércios interno e externo. Por outro lado, em
decorrência das festas de final ano, o segmento fluvial registrou
crescimento de 10% no recebimento de produtos alimentícios, vestuário e
materiais de construção. Os números foram repassados pelo Sindicato das
Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) e estão
relacionados ao último trimestre deste ano em relação ao mesmo período
de 2014.
O presidente do Sindarma, Claudomiro Carvalho, afirmou que durante
todo o ano o segmento registrou queda no volume de cargas que saem de
Manaus, mas, que a retração se acentuou a partir do segundo de 30%.
Carvalho ainda comenta que houve diminuição de 20% no quantitativo de
insumos recebidos para utilização nos processos industriais, relação
proporcional à situação da atividade industrial no PIM (Polo Industrial
de Manaus).
“A redução no volume de cargas que saem da capital atinge
tanto os produtos que abastecem o mercado interno como os que chegam ao
comércio exterior. A aquisição de insumos importados que compõem a
produção do PIM também foi reduzida em 20%. A elevação do dólar encarece
parte dos nossos produtos”, explica. “Se a indústria local não está
produzindo, consequentemente haverá menor demanda pelos insumos”, salientou.
Carvalho comentou que os produtos que chegam a Manaus por meio da
navegação estão em situação inversa, com saldo positivo alavancado pelo
consumo gerado pelas festas de final de ano. Entre os meses de outubro,
novembro, até este mês o segmento registrou crescimento de 10% no volume
recebido de produtos como alimentos, vestuário e materiais de
construção. “Mesmo no período de crise, há um crescimento na demanda por
produtos consumíveis porque as pessoas priorizam a alimentação”, disse o
presidente.
Segundo o dirigente, a previsão é que o setor da navegação encerre 2015
com o faturamento igualado ao registrado no último ano. Ele explicou que o
resultado pode ser atribuído a dois fatores: primeiro, ao aumento do
custo operacional. Com a ocorrência da vazante, as embarcações
enfrentaram o baixo calado e o consequente aumento no tempo de viagem e
no uso do combustível. O problema, segundo ele, ainda foi agravado por
um reajuste no valor do óleo diesel. “Tivemos os fatores que encareceram
o custo operacional", observou.
Somado a isso, está a perda de carga que sai de Manaus, o que afeta o
faturamento e mexe com o equilíbrio econômico das empresas. Viagem boa é
aquela que a embarcação chega e sai com carga abastecida”, frisou. “As
empresas precisam se reinventar e achar mecanismos para cobrir essa
ausência de cargas”, explicou. Carvalho ainda adiantou que há uma previsão de que no primeiro mês de
2016 os valores do combustível sejam novamente reajustados. “Com o
aumento da inflação é inevitável que as empresas não repassem o
reajuste. Deverá haver pelo menos a reposição inflacionária”, anunciou.
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