quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Projeção da AEB aponta para "superávit negativo" na balança comercial em 2016

         Uma projeção da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), divulgada hoje (16) no Rio de Janeiro, indicou que a balança comercial do país terá, em 2016, "'superávit' negativo", de acordo com a entidade, de US$ 29,228 bilhões, resultado da diferença entre exportações de US$ 187,443 bilhões e importações de US$ 158,215 bilhões.
         Os dados representaram queda de 1% em relação às exportações estimadas para 2015, da ordem de US$ 189,367 bilhões, e de 9,5% em relação às importações de US$ 173,662 bilhões, previstas para este ano. Em relação ao superávit, a projeção significou quase o dobro do que será gerado este ano. O superávit foi considerado negativo pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, porque é obtido "não por aumento de exportações, mas por queda de importações".
         O cenário econômico de incertezas acelerou o ritmo de queda das importações. Já nas exportações, está diminuindo esse ritmo de queda. "É uma queda que está ficando civilizada agora", comentou Castro. A AEB prevê uma queda nas commodities (produtos minerais e agrícolas comercializados no mercado internacional) de 5,5% no próximo ano, enquanto para os manufaturados, devido à taxa de câmbio, é projetada expansão de 5%. "Começa a se reduzir o ritmo de queda percentual e começa a aparecer o resultado da taxa de câmbio sobre os manufaturados".
         Já as importações continuam caindo livremente, em função de fatores internos diversos, como falta de demanda, desemprego e inadimplência, citou Castro. Enquanto isso, a indústria nacional vai perdendo competitividade no mercado exterior, disse ele. "A chance que ela tem agora, com a taxa de câmbio elevada, seria tornar-se mais competitiva, mas não dá porque nós temos fatores internos que têm de ser resolvidos. O câmbio ajuda, mas, sozinho, não resolve," acrescentou.

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