O Superior Tribunal de Justiça (STJ)
revogou a liminar que suspendia a prorrogação por mais 25 anos do
contrato do Tecon Santos, da Santos Brasil, cujo aditivo foi anunciado
no início de outubro. A revogação foi feita pelo ministro relator
Napoleão Maia Filho, o mesmo que tinha deferido a liminar dias antes
contra a Secretaria de Portos (SEP).
A Localfrio, empresa
concorrente do Tecon no porto santista, havia entrado com mandado de
segurança com pedido de liminar contra a SEP alegando que o aditivo
engloba uma área pública (o chamado T-4) acrescida ao arrendamento do
Tecon sem prévia licitação pela Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp).
Ao analisar o mérito, o ministro acolheu a argumentação
da União e reconheceu “a existência de normas legais” tanto para a
ampliação da área quanto para a prorrogação antecipada do contrato do
Tecon Santos na nova Lei dos Portos e no decreto que a regulamentou,
ambos de 2013. No despacho, datado de 18 de novembro, o ministro afirma
que não se apresenta “o direito alegado pela impetrante [a Localfrio]
como líquido e certo a amparar a ação mandamental”. A Santos Brasil
acabou de publicar fato relevante sobre a decisão.
O entendimento da SEP é de que a ação da Localfrio é incorreta porque
se baseia não em aspectos da prorrogação do contrato do Tecon Santos,
mas sobre a anexação do T-4, um fato anterior ao aditivo. Em relação
especificamente ao mérito da incorporação do T-4, a Secretaria acredita que ela é
legal e correta, tendo sido convalidada pela agência reguladora do
setor, a Antaq.
A Localfrio já havia entrado com outra ação
contra a Codesp na década passada pela mesma razão — perdeu em 1º e 2º
graus. A antiga legislação portuária, por meio da qual foi feito o
adensamento do T-4, tinha brechas para a anexação sem licitação de áreas
contíguas desde que a área sozinha não tivesse viabilidade econômica de
ser explorada, como a Codesp avaliou ser o caso do T-4 na época. Na mesma decisão, o STJ também admitiu a Santos Brasil como litisconsorte passiva necessária, parte interessada.
Como
contrapartida à antecipação do contrato, a Santos Brasil vai investir
R$ 1,27 bilhão na expansão e modernização do Tecon Santos. É o maior
investimento entre as empresas portuárias que conseguiram antecipar a
extensão do contrato junto ao governo. Pelo aditivo, a empresa tem um
ano para fazer o projeto executivo e até 2020 para executar a obra.
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