O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado admitiu nesta quinta-feira, em depoimento à Polícia Federal, que teve encontros
com Fernando Soares, o Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema
de corrupção da Petrobras. O executivo comandou a subsidiária da petrolífera por mais de dez anos, e deixou o posto após os desdobramentos das investigações do esquema envolvendo a estatal.
A companhia é a subsidiária da
Petrobras responsável pelo armazenamento e transporte de combustível.
Sérgio Machado é aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), que o teria indicado para o cargo.
A Operação Lava Jato
investiga se propinas de empresas que fecharam contratos com a Transpetro foram paga a políticos, entre eles, Renan. Fernando
Baiano e Paulo Roberto Costa, dois delatores, afirmaram em seus acordos
de colaboração premiada que o senador era beneficiário dos desvios da
subsidiária.
O ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, disse que Machado
lhe entregou R$ 500 mil em espécie. Investigadores encontraram
anotações de Costa com Baiano, que segundo a PF são referências ao operador peemedebista e a Transpetro. Questionado pela PF sobre reuniões
com Baiano, Machado reconheceu que conhece o lobista e
que estiveram juntos na Transpetro "em algumas oportunidades, com o
propósito de tratar de empresas que ele [Baiano] representava."
Machado relatou, no entanto, que não
recorda o nome das empresas, lembrando apenas que uma delas tinha sede
na Espanha. Garantiu ainda que a Transpetro não firmou contratos com nenhuma dessas
empresas, uma vez que a área de atuação não correspondia aos interesses
da estatal.
Aos investigadores, Machado negou que
tenha feito pagamento a Costa. "Tal fato não existiu e desconheço as
razões que levaram Costa a fazer tais afirmações", declarou. O
ex-presidente da Transpetro afirmou ainda que Costa não detinha poder de decisão
sobre as contratações, em face do que não há sentido suposta vantagem
que ele teria oferecido.
Machado também quis se desvincular de Renan
afirmando que não possui relação pessoal com o senador. Segundo ele, sua
indicação para o cargo foi patrocinada pelo PMDB nacional. A indicação foi resultado de uma avaliação do próprio partido, por seus
líderes, membros e dirigentes, não se podendo atribuí-la a uma pessoa ou
outra, garantiu ele.
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