quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Estudo da Thomson Reuters e KPMG mostra que companhias brasileiras têm dificuldades para atuar no comércio exterior

         Um levantamento feito pela Thomson Reuters, em parceria com a KPMG, mostrou que muitas empresas enfrentam dificuldades para atender às complexas exigências de conformidade nas transações de comércio exterior, por conta de processos manuais ineficientes. Além de ficarem expostas a riscos, elas consomem tempo e recursos, perdendo a disponibilidade para exercer atividades que afetariam diretamente nos resultados.
          O Brasil representou 38%das respostas da pesquisa, que incluiu 446 especialistas e gestores de comércio exterior de 11 países diferentes. Confira abaixo os principais resultados que retratam a relação do mercado brasileiro com os trâmites de importação e exportação:
          As empresas brasileiras gastam um total de 72% do tempo dedicado às operações de exportação somente em documentação e licenciamento de importação, gerenciamento de despachantes e classificação de produtos importados. A maioria dos entrevistados (63%) informou não usar plataformas e sistemas específicos para gestão das atividades de comércio exterior.
         A não adoção é justificada por falta de experiência prévia (22%) e falta de suporte ou orçamento dentro da organização (30%). Os 37% que já fazem uso de sistemas de gestão explicaram que não adotam as ferramentas em todas as operações, parte por limitação de budget e parte devido à existência de múltiplos sistemas de ERP.
         Quanto aos Acordos de Livre Comércio (FTAs), apenas 6% dos brasileiros revelaram usar mais de 10 dos acordos disponíveis em seus países, enquanto o expressivo número de um quarto da amostra revelou não usar nenhum FTA. Perguntados sobre a utilização do potencial que os FTAs teriam a contribuir com a sua atividade, 82% reconhecem não se beneficiar plenamente dos acordos.
         A justificativa argumentada para isso é a complexidade das regras de origem, os desafios para obtenção de documentação dos fornecedores de matéria-prima, a falta de conhecimento da equipe interna, alterações ao projeto de lei de origem de material e de sourcing, falta de equipe focada no cumprimento regulatório dos FTAs e o fato de os benefícios não compensarem os riscos e os esforços a serem implementados.

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