Um levantamento feito pela Thomson Reuters, em parceria com a KPMG, mostrou que muitas empresas enfrentam dificuldades para atender às
complexas exigências de conformidade nas transações de comércio
exterior, por conta de processos manuais ineficientes. Além de ficarem
expostas a riscos, elas consomem tempo e recursos, perdendo a
disponibilidade para exercer atividades que afetariam diretamente nos
resultados.
O Brasil representou 38%das respostas da pesquisa, que incluiu
446 especialistas e gestores de comércio exterior de 11 países
diferentes. Confira abaixo os principais resultados que retratam a
relação do mercado brasileiro com os trâmites de importação e
exportação:
As empresas brasileiras gastam um total de 72% do tempo dedicado às
operações de exportação somente em documentação e licenciamento de
importação, gerenciamento de despachantes e classificação de produtos
importados. A maioria dos entrevistados (63%) informou não usar plataformas
e sistemas específicos para gestão das atividades de comércio exterior.
A não adoção é justificada por falta de experiência prévia (22%) e
falta de suporte ou orçamento dentro da organização (30%). Os 37% que já
fazem uso de sistemas de gestão explicaram que não adotam as
ferramentas em todas as operações, parte por limitação de budget e parte
devido à existência de múltiplos sistemas de ERP.
Quanto aos Acordos de Livre Comércio (FTAs), apenas 6% dos
brasileiros revelaram usar mais de 10 dos acordos disponíveis em seus
países, enquanto o expressivo número de um quarto da amostra revelou não
usar nenhum FTA. Perguntados sobre a utilização do potencial que os
FTAs teriam a contribuir com a sua atividade, 82% reconhecem não se
beneficiar plenamente dos acordos.
A justificativa argumentada para isso é a complexidade
das regras de origem, os desafios para obtenção de documentação dos
fornecedores de matéria-prima, a falta de conhecimento da equipe
interna, alterações ao projeto de lei de origem de material e de
sourcing, falta de equipe focada no cumprimento regulatório dos FTAs e o
fato de os benefícios não compensarem os riscos e os esforços a serem
implementados.
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