As taxas de transporte de contêineres na rota Transpacífica aumentaram na semana passada e, em geral, se estabilizaram desde o início de outubro. Esta relativa estabilidade mostrou que as companhias marítimas estão tendo sucesso na criação de uma nova taxa mínima com reduções de capacidade, mesmo quando os volumes diminuem e o tamanho das frotas aumenta, como é a situação neste momento, explicou o analista da indústria marítima, Judah Levine.
De acordo com o Freightos Baltic Index (FBX), as taxas do Extremo Oriente à Costa Oeste dos EUA (USWC) atingiram US$ 1.564/FEU, posicionando-se 15% acima dos níveis de 2019. Da mesma forma, permanecem 17% acima de meados de julho, antes da alta temporada. Enquanto isso, as taxas para a Costa Leste dos EUA (USEC) registraram US$ 2.213/FEU, sendo 17% inferiores às de 2019. Da mesma forma, são inferiores às de julho, possivelmente refletindo relatos de algum redirecionamento de volumes de volta ao USWC agora que as contingências trabalhistas os problemas com os estivadores foram resolvidos.
Embora, até agora, as baixas restrições de água no Canal do Panamá não pareçam afetar significativamente os fluxos de contêineres, a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) anunciou que reduzirá os trânsitos diários de 34 – seu nível desde julho – para 24 em novembro, 20 em Janeiro e apenas 18 em fevereiro. Esta redução significativa poderá aumentar a probabilidade de que mais volumes provenientes da Ásia irão para o USWC ou transitarão através do Canal de Suez nos próximos meses.
As tarifas do Extremo Oriente ao Norte da Europa aumentaram 8% na semana passada e estão apenas 5% abaixo dos níveis de 2019, mas permanecem na área negativa do gráfico, uma vez que as companhias marítimas continuam a lutar com o excesso de capacidade nesta rota, conforme refletido em informa que irão adiar o GRI (aumento geral da tarifa) previsto para o início de novembro.
As companhias marítimas enfrentam dificuldades semelhantes no Transatlântico, onde algumas tarifas diárias caíram abaixo de US$ 1.000/FEU na semana passada. Algumas anunciaram GRIs agendados para meados de Novembro para aumentá-los para 1.600 dólares/FEU, mas estes aumentos só serão mantidos se elas conseguirem reduzir a capacidade ao nível da procura. De acordo com Judah Levine, estima-se que o excesso de capacidade atinja o pico no próximo ano, após o qual alguns operadores marítimos esperam que o mercado se equilibre, enquanto alguns analistas projetam que o mercado permaneça num certo nível de oferta de excesso de capacidade até 2028.
No setor da carga aérea, há sinais de que os volumes globais estão aumentando. As tarifas do Freightos Air Index China - América do Norte caíram 2% na semana passada, para US$ 4,73/kg, o que, na verdade, é 36% maior do que no início de agosto. Os recentes aumentos nos volumes de comércio eletrónico e um número significativamente menor de voos de passageiros do que em 2019 deverão contribuir para o aumento das tarifas. As tarifas da Ásia para o norte da Europa subiram 11% na semana passada, para 4,30 dólares/kg, ainda um aumento de 40% desde o início de setembro e o seu nível mais elevado desde abril.
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