terça-feira, 7 de novembro de 2023

Alckmin diz que Brasil e Estados Unidos vão liderar solução para as três principais preocupações do mundo

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu nesta semana que o Brasil e os Estados Unidos são os grandes protagonistas das soluções para três grandes preocupações que predominam hoje no mundo:  segurança alimentar, segurança energética e clima.  A afirmação foi feita durante abertura do 21º MDIC-DoC, mecanismo bilateral que reúne o MDIC e o Departamento de Comércio (DoC) dos Estados Unidos para discutir e encaminhar soluções que promovam a facilitação e a segurança das trocas comerciais entre os dois países.

Alckmin citou como exemplo do protagonismo a criação da Aliança Global para Combustíveis, lançada pelos três principais produtores do mundo — Brasil, Estados Unidos e Índia — para fomentar a produção sustentável e o uso de biocombustíveis no planeta.

As oportunidades se multiplicam ainda, segundo ele, a partir da necessidade de se substituir o querosene dos aviões por combustível com fonte de energia mais limpa. “Quem vai produzir? Nós dois, Brasil e Estados Unidos. Seja a rota do óleo vegetal, seja a rota do etanol, mas é por onde virá uma solução para uma das questões mais importantes, que é a descarbonização”, afirmou.

O vice-presidente lembrou que energia e alimento se complementam, uma vez que a produção de um também leva à produção de outro.  Alckmin citou o início da construção de um complexo industrial da empresa Inpasa em Balsas, no Maranhão, em que a partir da produção de etanol anidro, produz-se também o DDGS, fonte de energia e proteína para nutrição animal e óleo de milho utilizado como indutor energético na fabricação de rações e biodiesel. “Impressionante, elas se complementam, se fortalecem, são sinérgicas. Então vejo aí uma grande possibilidade de crescermos o nosso trabalho com os Estados Unidos”, disse. 

Além dessas áreas, o ministro também destacou o complexo industrial da saúde e a cadeia de semicondutores como setores de enormes possibilidades  de investimentos entre os dois países. "Comércio exterior é cada vez mais relevante. É um ganha-ganha, gerando emprego e complementariedade econômica."

A abertura do evento contou também com a embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley; o CEO da Amcham, Abrão Neto; a diretora executiva Américas da US Chamber, Renata Vasconcellos; o presidente da Sessão Brasileira do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, José Serrador Neto; e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn.

Em sua fala, Goldfajn seguiu na mesma  linha do ministro Alckmin. Segundo ele, pela primeira vez, vê-se a América Latina não apenas como demandante de ajuda (investimentos, financiamentos) ao resto do mundo, mas como sendo demandada pelo resto do mundo em relação ao que a região pode oferecer. E citou como exemplos a biodiversidade e proteção da natureza; questões climáticas; e segurança alimentar.  De acordo com ele, o Brasil pode ser um líder global na defesa da natureza e da biodiversidade e com um potencial enorme na bioeconomia. “Só a Amazônia já produz 3 bilhões de bioprodutos com potencial de chegar a 8 bilhões em algumas décadas. Mas tem que saber aproveitar. A Amazônia é chave fundamental nessa estratégia”.  Em relação à segurança alimentar, Goldfajn ressaltou que o Brasil e a América Latina também têm potencial de serem os grandes fornecedores globais de alimentos.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley, ressaltou em sua fala a força da relação bilateral com o Brasil e o interesse americano em expandir ainda mais a parceria e os investimentos.  “As prioridades estão alinhadas, temos mecanismos bilaterais comuns e estamos explorando novas áreas para ampliar essa relação.  Estou ansiosa para trabalhar com vocês para expandir essa parceria.”

Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, mas o principal destino nas exportações industriais, respondendo por 16,5% de tudo o que o Brasil vende em manufaturas. A indústria de transformação responde por 81,6% dos produtos brasileiros exportados para os EUA e por 90,6% de nossas importações.

O MDIC-DoC ocorre ao longo de toda esta segunda-feira, na seda da Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Desde sua criação, o MDIC-DoC discute e encaminha soluções para o comércio bilateral, tendo ajudado a construir acordos, convergências regulatórias e melhorias em propriedade intelectual, entre outros avanços.

Nesta edição, os principais temas a serem debatidos são  economia digital, desenvolvimento sustentável, boas práticas regulatórias, cadeias de suprimentos e acordos de comércio.

Nesta edição, os sete Grupos de Trabalho do mecanismo se reuniram parte da manhã na sede do MDIC. Na parte da tarde, haverá uma sessão empresarial, quando os GTs relatarão os status de suas discussões e colherão sugestões do setor privado.

 

 

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